Foi com atenção que li os posts nos Blogs “25 de Abril”, da Tânia Mealha e, “Coisas da Economia”, do Francisco Martins, onde estes mostram o quadro de cortes proposto pela CM de Silves para as diferentes freguesias.
Lamentam-se, mais o Francisco que a Tânia, esta é mais guerreira, não entender o critério utilizado para estabelecer os cortes referidos, alguns chegando aos 50%, mas já vislumbravam que as juntas de freguesia da CDU eram de longe as mais prejudicadas.
A Tânia mostra ainda ter esperança quando escreve “...claro que temos que ter em conta que esta medida só passa se o PS votar favoravelmente uma vez que o PSD não tem maioria...”. Vamos ver.
Fiquei curioso com o assunto e dei-me ao trabalho de ir ver os dados fornecidos com maior detalhe.
Tentei correlacionar a percentagem do corte atribuído a cada freguesia, com a votação obtida por cada partido nas últimas eleições autárquicas, para a Assembleia de Freguesia . Se acaso houvesse "marosca", como insinuavam a Tânia e o Francisco, essa seria prontamente revelada pelo gráfico na forma de uma clara correlação linear, que seria evidenciada por uma distribuição dos cortes ao longo de uma linha recta. Indicando assim que as percentagens de corte nos fundos atribuidos estavam de facto relacionados com a escolha feita pelos eleitores, quando colocarem o seu voto nas urnas.
Pois bem, os resultados não poderiam ser mais claros:
Para o PSD, na CM de Silves, o PS é indiferente, não passa de uma força política que poderá sempre ser útil e, como tal, convém não a hostilizar. Por isso mesmo, a votação no PS não foi utilizada como critério para a distribuição dos cortes e o gráfico mostra uma correlação nula.
Correlação do corte por freguesia com a votação no PS para a Assembleia de Freguesia
Já quanto ao próprio PSD e à CDU a conversa é diferente. Como quem parte e reparte sempre escolhe a melhor parte, o PSD tratou de presentear as suas juntas com os menores cortes possíveis, o gráfico mostra que quanto maior a votação no PSD menor é o corte efectuado na verba a transferir para as juntas.
Já a CDU é claramente o inimigo a abater e a CM Silves não faz disso segredo, castigando as freguesias rebeldes. Quem ousou votar na CDU leva! (Jorge Coelho não diria melhor). O gráfico mostra claramente que quanto maior foi a percentagem de votos atribuída à CDU maior é o corte na verba atribuída, ou seja a mensagem é clara, "desenrasquem-se e para a próxima não repitam a graça".
Correlação do corte por freguesia com a votação para a Assembleia de Freguesia no PSD (a amarelo) e na CDU (a vermelho)
É assim a vida, eu só digo, "não é nada que o Alberto João não tenha já feito na Madeira". E já se sabe, bons mestres fazem bons alunos.
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