28/12/2010

Raciocínio circular.

A democracia trouxe os partidos, estes alimentam-se dos nossos impostos, dinheiro que, como se sabe, vem dos nossos salários. Em troca, os partidos “criam” a legislação que regula a nossa vida comum.

O princípio parece-me certo, eles, os partidos, como nossos empregados, trabalham para nós, seus patrões, que lhes pagamos pelo trabalho executado, nada a opor quando o trabalho é bem feito. Só que por vezes o processo não é tão simples como parece, os partidos ganham vida, começam a querer usar o dinheiro que lhes damos de forma menos correcta, procuram obter vantagens, ganhar poder de decisão que lhes permita obter benefícios eleitorais e dinheiro, riqueza e mais poder, ou seja, deixam de fazer aquilo para que foram pensados. Nestes casos, quando detectados os partidos são chamados à razão pelo tribunal constitucional e obrigados a pagar multas, como não são os partidos que decidem por si, mas sim os seus dirigentes, são estes os responsáveis pelo pagamento das multas, o que parece justo e até, de certo modo, desencorajador de malfeitorias. É a democracia a funcionar.

Pois bem, era, já não é, agora por obra e graça do PS, do seu partido gémeo, o PSD, e do acólito CDS, as multas a pagar pelos dirigentes partidários passam a poder ser descontadas como despesas dos próprios partidos, quer isto dizer que, quem pagará as multas serão, a partir de agora, os mesmos de sempre, nós, uma vez que é o nosso dinheiro, através dos impostos, que cobre as despesas partidárias.

Ou seja, eles cometem o “crime”, o tribunal condena-os, nós pagamos.

Está certo.

Bom Ano de 2011.

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