23/12/2010

Quando eu um dia e, apenas por um dia, trabalhei no Teófilo Fontainhas Neto.

Abraço a um amigo meu.

É verdade, já trabalhei para o Teófilo, fi-lo por duas vezes, uma em regime de prestação de serviços e a outra em regime de trabalhador assalariado, esta com a particularidade de nada ter recebido. Sem culpa da entidade patronal, devo dizer.

Estávamos no início do verão e sem nada para fazer naquelas férias grandes, longas como já não se vêm e resolvemos, eu e um bom amigo meu, irmos acampar. Problema a resolver, não tínhamos dinheiro, mais eu do que ele, penso. A solução, ir trabalhar. Como é óbvio não é?

Escolhemos o Teófilo, que era normalmente o utilizado por alguns dos jovens da terra para ganhar umas massas no verão, e falámos com alguém na empresa que já não recordo. Fomos contratados de imediato e começámos no dia seguinte pela manhã. A minha função inicial foi a de fazer paletes de grades de cerveja com garrafas vazias, o que até não foi mau, mais tarde passei a empilhar grades, fui promovido, desta feita com garrafas cheias num camião que iria sair para a distribuição, o que já foi mais duro.

O meu amigo, levado pelo canto da Sereia, decidiu responder afirmativamente ao pedido para ir no camião distribuir barris de imperial para Albufeira.

O dia de trabalho depressa passou, para mim que ainda recordo ter ido para casa dorido mas satisfeito, tomei um bom banho, jantei e voltei para o ponto de encontro, a já célebre placa de cimento em frente ao BNU. Deveriam ser já umas oito ou nove horas quando vimos, eu e todos os outros que por ali se juntavam, passar o camião do Teófilo de regresso à base. Para eles estava prestes a acabar o dia de trabalho, longo como tudo, tão longo que deixou o meu amigo de cama e, com isso, terminou com a nossa carreira no Teófilo. A dele porque se julgou explorado, eu diria mais praxado, a minha porque já não tinha razão de ser, sem colega, era bem melhor usar as férias para gozar Messines. Foi o que fizemos

Penso que ainda hoje, por vezes, se fala nessa jornada de trabalho. E não deixo de a recordar como algo com o qual também aprendi. Fez parte das dores de crescimento.

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