20/12/2009

Para se rirem um bocado.

Quem já viu, pode ouvir de novo. Quem ainda não ouviu, faça favor. É o meu presente de Natal para vocês.

O que ando a ouvir: José Afonso - Os Vampiros

Messines, Blogando.

Temos em Messines vários tipos de Blogs, há aqueles mais pessoais, é o caso do Mussiene e seus derivados, todos da Hélia Coelho e que valem bem uma cuidada visita. Vem depois o “No princípio era o Caos...” do estimado José Paulo de Sousa, assim mesmo sem o Dr. pois ele não gosta dessas coisas. Este é um ex-líbris da blogosfera local e gosto bastante de o ler, embora sempre que lá vou me interrogue sobre qual será o princípio a que ele se refere? Será o princípio do Blog? O Principio de Messines (antes de ele ter chegado à vila)? ou será antes o princípio do Universo?
Vêm depois os blogs de cáracter mais político, são os casos dos blogs do vereador Serpa, o 25 de Abril-sempre da Tânia Mealha e ainda o Blog do Paulo Silva, o Penedo, este é assim uma espécie de consciência moral do concelho, assim um Manuel Alegre a nível local.
Foi neste quadro que nasceu o Messines-Alte, esbracejando para se manter à tona e fazer face à forte concorrência, já conseguiu sobreviver dois meses (o que já não é mau) e pelos quais agradeço a todos quantos têm contribuído para este feito. Quando nasceu, um leitor perguntou-me o que pretendia com aquele blog. Nada! Respondi. E assim continua a ser. Posso no entanto hoje dizer, que já serviu para reencontrar pessoas com quem não falava há muito tempo e conversar com outras que não conhecia. Já não é mau. Direi mesmo que a haver algum objectivo este serve perfeitamente.
Feito o inventário dos blogs, vamos agora ao que verdadeiramente interessa. É que eu estou seriamente preocupado, muitos dos blogs que enumerei têm andando assim pela dose mínima, a meia-dose ou nem mesmo isso. Que se passa? Já nada têm nada para dizer? Mau. Vamos lá a dar ao dedos seus mandriões e ponham-se a escrever.
Entretanto via blog do vereador e correio da manhã, chegou-me a novidade que o mercado de Silves está em risco de encerramento pela ASAE. Tudo devido ao facto de a actual presidente da CM de Silves não ter feito em tempo útil as obras que lhe foram sugeridas há já dois anos. A situação está complicada, temos a Fábrica do Inglês, a promessa da escola primária de Messines e agora o Mercado de Silves.
Convenhamos que assunto não falta.

(O tempo tá bera em Odemira)

19/12/2009

Um Bocadinho da Nossa História:Como Eu, um dia, ao comer túbaros, fui tomado por drogado ou coisa bem pior.

Um de nós deu os túbaros, quer dizer os túbaros não eram os do fornecedor, bem entendido, eram sim túbaros de porco e, além disso, já vinham previamente cozinhados. O mesmo benfeitor ofereceu também a casa para o repasto, esta localizada no Barrocal, o que forçou a uma deslocação (embora não muito longa) e que facilmente resolvemos.
Fomos em bando, a pé, naquele tempo carro era luxo que nenhum de nós ainda tinha, subimos a rua do cinema, passámos na Bernarda e descemos então pela “via romana” até ao Barrocal, onde noite fora, comemos os ditos túbaros e passámos um bom bocado na conversa.
Desde já confesso que não apreciei o repasto e cedo desisti, essencialmente por motivos psicológicos que não consegui ultrapassar. Mas tal facto não impediu que no dia seguinte, se comentasse pela praça: “Para onde será que iam os moços todos ontem à noite, faziam cá um barulho, aquilo só pode ser, droga ou paneleiragem.”

Agora vamos a eles!

Como estas coisas devem ser ditas antes e não depois (mesmo em condições difíceis), aqui fica!


18/12/2009

Um Bocadinho da Nossa História: O CineTeatro João de Deus

Já aqui referi o Cine Teatro João de Deus, fi-lo a propósito de um comício do PPD que ocorreu no pós 25 de Abril, mas esse acontecimento, embora engraçado, não faz justiça ao nosso velho cinema. Basta lembrar que por volta de 1946 já havia cinema em Messines (tinham então apenas uma sessão semanal, aos domingos), para perceber que no contexto Messinense não estamos a falar de uma casa qualquer.
Claro que as minhas recordações do cinema não vão assim tão longe, mas é inegável que o cinema de Messines teve um papel importante na minha formação. Passei naquela casa excelentes momentos e tive nele a oportunidade de assistir a inúmeros filmes marcantes. Por esse motivo bastante contente fiquei, ao ver que o Meirim tinha “pegado” no cinema e assim impedido que encerrasse, tal como aconteceu por exemplo em Silves.
Na altura (e ainda hoje), o facto de muitos Messinenses não respeitarem o silêncio que é devido durante a projecção do filme, era coisa que me irritava solenemente. No entanto, hoje, quando me lembro da frase que tantas vezes ouvi ao João Figueiredo, farto-me é de rir. Acontecia quase sempre da mesma forma, sempre que ia ao cinema, se o João por lá andava, já sabia, a meio do filme alguém gritava “João, João!”, ou outra coisa qualquer e ele invariavelmente respondia:

“Espera aí que já cagas, o penico agora está cheio”.

Mais recentemente, foi também no cinema de Messines que vislumbrei um dos melhores momentos de publicidade que já alguma vez me foi dado a ler, vejam lá se não está lá tudo:

“Se quer chegar depressa ao destino, Táxi do Zé Faustino”

Quando há tempos vi o filme Cinema Paradiso, ver em baixo, foi do CineTeatro que me lembrei.

Façam o favor de ter um excelente Natal



I’m looking forward to Christmas
It’s sentimental I know, but I just really like it


I’m, I’m hardly religious
I’d rather break bread with Dawkins than Desmond Tutu to be honest


And yes I have all of the usual objections to consumerism
The commercialisation of an ancient religion
And the westernisation of a dead Palestinian
Press-ganged into selling PlayStations and beer
But I still really like it.


I, I really like Christmas
Though I’m not expecting a visit from Jesus
I’ll be seeing my dad
My brother and sisters, my gran and my mum
They’ll be drinking white wine in the sun
I’ll be seeing my dad
My sisters and brother, my gran and my mum
We’ll be drinking white wine in the sun.


I don’t go for ancient wisdom
I don’t believe just ’cause ideas are tenacious it means that they’re worthy


I get freaked out by churches
Some of the hymns that they sing have nice chords
But the lyrics are dodgy


And yes I have all of the usual objections to the mis-education of children forced into a cult institution
And taughted to externalise blame
And to feel ashamed
And to judge things as plain right and wrong
But I quite like the songs.


I’m not expecting big presents
The old combination of socks, jocks and chocolate is just fine by me.
‘Cause I’ll be seeing my dad
My brother and sisters, my gran and my mum
They’ll be drinking white wine in the sun
I’ll be seeing my dad
My sisters and brothers, my gran and my mum
They’ll be drinking white wine in the sun.


And you my baby girl
My jetlagged infant daughter
You’ll be handed round the room
Like a puppy at a primary school
And you’re too young to know
But you will learn yourself one day
That wherever you are and whatever you face
These are the people who’ll make you feel safe in this world
My sweet blue-eyed girl


And if my baby girl
When you’re twenty-one or thirty-one
And Christmas comes around
And you find yourself nine thousand miles from home
You’ll know whatever comes
Your brother and sister, and me and your mum
Will be waiting for you in the sun
Girl, when Christmas comes
Your brothers and sisters, your aunts and your uncles
Your grandparents, cousins, and me and your mum
Will be drinking white wine in the sun
We’ll be waiting for you in the sun


Baby, whenever you come
We’ll be drinking white wine in the sun
Waiting.


I, I really like Christmas
It’s sentimental I know.

17/12/2009

Governo aprova casamento homossexual.

"O Governo aprovou hoje a proposta de lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo."
in Expresso online

Acho Bem. Desde já digo nada ter a opor a tal decisão.Embora pense não ser esta a melhor altura para o fazer, há assuntos muito mais importantes a preocupar os portugueses.

14/12/2009

O que ando a ouvir: Meat Loaf-Paradise by the Dashboard Light

Só para acabar o dia e desanuviar a cabeça. Uma das minhas músicas preferidas. (Para terem acesso à letra, fechem a publicidade que aparece no início do vídeo)

A Ciência por quem a faz: A Luz e as Moléculas, determinar o tempo de vida da luminosidade emitida.

Já aqui foi dito que a luz emitida pelas moléculas, quando retornam ao seu estado fundamental e após terem sido excitadas por absorção de luz, seja ela fluorescência ou fosforescência, contem em si bastante informação. Um dos parâmetros mais relevantes é o seu tempo de vida. Por exemplo uma molécula que por si só tenha um estado excitado com um tempo de vida de 10 nanosegundos (0.000 000 01 s), ao interactuar com uma outra, poderá ver o tempo de vida do seu estado excitado bastante reduzido. É o que se passa com certas moléculas que intervêm em processos biológicos, por exemplo.
É assim importante que possamos medir os tempos de vida da luminescência apresentada por determinadas moléculas. Desse modo poderemos estudar o tipo de interacções que estas têm, ou mesmo medir distâncias entre moléculas localizadas em diferentes partes de uma proteína.
No entanto a determinação do tempo de vida de uma molécula está longe de ser um processo trivial, para o fazer necessitamos de um cronómetro. Não um cronómetro vulgar, mas sim um que permita medir intervalos de tempo com a duração de nanosegundos (0.000 000 001 segundos).
A foto em baixo mostra um dispositivo capaz de medir tais intervalos de tempo. É formado por um laser (à esquerda na imagem) que emite um pulso de luz a cada 13 nanosegundos, cada um dos pulsos é então usado para excitar a amostra que se pretende estudar (podem vê-la com uma luminosidade azul à direita na imagem) e simultaneamente disparar o cronómetro, iniciando assim a contagem do tempo. Por último o cronómetro será por sua vez parado ao receber um dos fotões emitidos pela própria amostra. A repetição desta operação à taxa de 76 milhões de pulsos por segundo, permitirá então obter uma representação estatística da emissão que se pretende medir, em função do tempo, permitindo assim a medida do seu tempo de vida.



O gráfico em baixo mostra a luminosidade de uma molécula orgânica em função do tempo (obtido com o cronómetro mostrado em cima), note como a intensidade diminui à medida que o tempo passa.


O que ando a ouvir: BONEY M - MA BAKER

Para vos aquecer a segunda-feira, que está fria como tudo, deixo-vos aqui uma música que fez a felicidade de muitos Messinenses, particularmente daqueles que hoje andam pelas 50 primaveras.

12/12/2009

Um Bocadinho da Nossa História:O Externato João de Deus

Passado o período "delico-doce" da escola primária, cheguei ao ciclo, era assim que se chamava o 1º e 2º ano, hoje conhecidos como o 5º e 6º ano. Foi quase unânime, a opinião entre os nossos pais, de usar para este ciclo lectivo, os serviços do Externato João de Deus em Messines.
Localizado junto ao café dos caracóis ou, como então era conhecido, café do João Sacramento, no prédio onde ainda hoje se encontra a sapataria da mãe dos manos Estevens, tinha como ginásio, o armazém onde até há pouco tempo foi uma loja de sementes e, as salas de aula estavam localizadas nas traseiras desse mesmo prédio.
O Externato era frequentado por jovens de todas as localidades vizinhas, Messines-de-Baixo, São Marcos, Benafim, Paderne e se não estou em erro, penso até que havia pessoas de Salir. Trazia bastante vida e actividade económica a Messines. Se tiverem dúvidas quanto a isto, lembrem-se das sandes de Atum com cebola que o Sr. João insistia em servir à malta que vinha de São Marcos e arredores, o odor a “cebolum” que perdurava duarante toda a tarde era de tal ordem que facilmente se podia identificar quem lá tinha almoçado.
No Externato conheci como professores, entre outros, o Chico Mateus (cujo pai era o director e dono do Externato) e a sua esposa, professores de Matemática e Francês respectivamente. Devo dizer que parte do Francês que ainda hoje sei deve-se a esta senhora. Delineava bastante bem as suas aulas e obrigava-nos a decorar até à exaustão os verbos e estruturas gramaticais. O mesmo (espero que ele não me leve a mal) já não posso dizer das aulas de matemática dadas pelo Chico Mateus, cujo facto mais saliente de que me lembro foi o de ter-me aplicado duas bofetadas, quando na entrega de dois testes corrigidos e que tinha mandado fazer consecutivamente, verificou que no primeiro eu tinha tido negativa e no segundo uma positiva bastante elevada, algo que muito o deve ter irritado, embora eu não perceba o porquê. Ainda hoje imagino o que teria acontecido se tenho tido positiva no primeiro e negativa no segundo, ou negativa em ambos, ou ainda, “vade retro”, positiva em ambos. As combinações são tantas que até fico com dor de cabeça só de pensar nisto.
No Externato o leque de amigos alargou-se bastante, lembro entre muitos outros o Rui Miguel de Benafim, que pelo que me disseram há algum tempo atrás, faleceu enquanto aguardava por um transplante de coração. Uma merda.
Recordo também o “Manel”, penso que vinha de São Marcos, era um tipo alto e forte, muito mais alto do que qualquer um de nós e por vezes aplicava-nos uns “calduços”. O Manel tinha uma fixação em factos relacionados com o sexo e, em particular, com as actividades que se poderiam vir a desenvolver com as representantes do sexo oposto. Serve esta introdução para vos colocar no contexto do episódio seguinte: No final do 2º ano tivemos todos de ir a Silves fazer exame, (o Externato era um estabelecimento de ensino privado e não deveria ter alvará para os fazer), entre os vários exames, tivemos naturalmente que realizar a oral de Francês, que o Manel invariavelmente também fez, claro. Questionado em francês sobre o que mais gostava, o Manel respondeu "les films, ao que a professora examinadora, retorquiu, “Oui, oui, mais quel genre de films” e o Manel respondeu, orgulhosamente, “les pornographiques”.
Fruto do tempo que então se vivia, a vida no Externato acabou por degenerar na anarquia quase absoluta, embora não guarde os motivos pelos quais o desfecho se deu, lembro que o final foi particularmente doloroso, professores a serem insultados e corridos à pedrada, greves às aulas, chamada da GNR, de tudo se viu. Se houver por aí alguém com boa memória e queira contar a história do Externato João de Deus, ficaria grato.

O que ando a ouvir: Pink Floyd-Wish You Were Here

Para recordar, uma música e um dos grupos que mais marcou a minha adolescência e penso também a de muitos de vós.

Um Bocadinho da Nossa História: Como Eu, um dia fiz greve à escola.

Se a Dª Alice foi a professora do pré-25 de Abril, a Dª Natália foi a que fez a transição do antigo regime para os novos tempos e, continuou até eu sair da escola primária. Não me recordo de ver esta senhora bater em algum de nós, talvez o tenha feito e seja eu apenas que não me recordo. Guardo dela uma óptima imagem.
As mudanças na escola foram radicais. Em primeiro lugar as classes passaram a ser mistas, é isso mesmo, os mais novos talvez não saibam, mas antes do 25 de Abril não tínhamos cá misturas, havia salas para rapazes e salas para raparigas, tudo bem separado para não haver confusões e, até no recreio, nos tempos livres entre as aulas, estávamos separados.
O ensino antes rígido e bastante formal passou a obedecer a uma nova dinâmica. Foi colocada uma mesa central na sala e passámos a ser encorajados a levantarmo-nos para irmos buscar o material que fosse necessário. Penso que o objectivo seria o de estimular a independência de cada um, mas continuava a existir, vindo da influência do antigo regime, um enorme respeito pelas professoras (pelo menos ao nível da escola primária). Sou da opinião que esse respeito e disciplina têm claramente de existir se queremos chegar a algum lado no ensino.
Nos outros níveis de ensino, o período do PREC foi muito mais conturbado, foi o tempo das RGAs (Reunião Geral de Alunos), o tempo do saneamento dos professores, o tempo em que alunos passaram a professores quase de um dia para o outro etc. (haverá neste período, estou certo, bastantes histórias engraçadas para contar). Enfim foi o tempo em que se destruiu quase tudo o que o antigo sistema tinha construído, quer aquilo que tinha de mau, e era muito, quer o que tinha de bom, como por exemplo um ensino profissional de muito boa qualidade. Ainda hoje, passados 35 anos, penso não termos recuperado de tal devaneio.
Para terminar deixem que recorde apenas mais este episódio engraçado. Levados pelo que se ouvia dizer aos irmãos mais velhos, (os estudantes em Silves faziam greves quase diariamente), também nós um dia delineamos a nossa greve na escola primária. Penso que o movimento foi liderado pelo Fialho, o mais novo e que já não vejo há bastante tempo, lembro-me até de ter achado aquilo um pouco ridículo, mas naquela altura a questão do ridículo claramente não se colocava.
A dita greve começou pela manhã, deveríamos ter entrado nas aulas às 9 em ponto e passados cerca de 15 minutos (penso eu) ainda brincávamos alegremente no recreio, situado na parte de trás da escola. Estávamos finalmente, também nós, em greve e gritávamos: Greve, Greve! Foi nesse momento que a porta de trás se abriu, apareceram as professoras e disseram “meninos, para dentro!”. A nossa greve tinha terminado. Fora breve, mas participada.

Um Bocadinho da Nossa História: Ainda o Núcleo de xadrez da Sociedade de Messines

Acabo de descobrir um comentário de um leitor não identificado, que achei engraçadíssimo.
Aproveitando a prerrogativa do chefe da estação, decidi passá-lo à categoria de post. Faço-o essencialmente por duas razões, em primeiro lugar para fazer uma homenagem ao Vieirinha, também ele um campeão de xadrez messinense, em segundo lugar, para fazer notar que já vamos em três campeões de xadrez, o Luís Barradas, o Carrasqueiro e o Vieirinha, mostrando bem o sucesso alcançado pelo núcleo.

“Em má hora ensinei esse Carrasqueiro a jogar xadrez, tinha muito mau perder! O Vieirinha foi campeão nacional de juvenis e vice de juniores.” leitor não identificado

10/12/2009

As luzinhas de Natal.

Acabo de receber a notícia, via um email de um leitor interessado, a quem desde já agradeço, embora não o identifique pois não sei se ele quer que o faça. Messines lá recebeu a iluminação de Natal. Mas, pelo que parece, Messines só foi bafejado por esta dádiva natalícia porque protestou, mas não pensem que o protestar é 100% eficaz, não é! Podem por isso deixar-se estar sentados.
Como o dinheiro não abunda e está até cada vez mais escasso, enquanto Silves recebeu as novas luzinhas, Messines ficou com as já usadas. É assim como se faz com os brinquedos dos meninos, os do irmão mais velho passam para o mais novo.
Desde já digo que não sou particularmente a favor ou contra as luzinhas de Natal, é coisa que não me impressiona por aí além, mas já sou mais sensível contra as injustiças, pois se Silves tinhas as luzinhas ainda boas, e compraram novas, porque não vieram estas para Messines? Então isto há aqui filhos e enteados?
Bom coloquei-me em campo e contactei o Eliseu para reparar esta injustiça. Este ano, se o Eliseu conseguir arranjar quem lhe empreste mais umas ovelhas e uns cães, não esqueçam que ele só tem a meu cargo 14 ovelhas e 7 cabras, além do Bolinhas, mas este não vai conseguir dar conta de tudo.
Dizia eu, este ano se o Eliseu conseguir em tempo útil obter as ovelhas que referi, vou treinar as bichas para fazerem o mesmo que os moços que podem ver no vídeo em baixo fizeram.
Sempre quero ver se Silves consegue fazer igual.

Um Bocadinho da Nossa História: Como Eu, um dia aprendi que a dialéctica era coisa importante.

Já aqui vos confessei que com a Dª Alice poderia ser perigoso estar no lugar errado à hora errada. Vem isto a propósito de ter agora recordado um certo dia, no começo do outono, em que ao encontrar-me com outros colegas de escola à volta de uma poça de água, escolhemos a brincadeira óbvia, lançar pedras lá para dentro. Não é grande coisa, eu sei, mas não esqueçam que na altura eram todos miúdos com 6 ou 7 anos de idade.
Quem não apreciou tal coisa foi a Dª Alice, que assim que regressámos à sala de aula nos mandou perfilar no estrado em frente ao quadro, não todos, apenas e só aqueles que tinham participado na história da poça de água, o objectivo, como já devem ter adivinhado, era o de aplicar uma valente reguada como punição pelas pedras lançadas.
Eu estava relativamente descansado, sempre fui um tipo bem comportado, e sabia que não tinha lançado qualquer pedra, bom talvez tivesse, mas com certeza que foi uma pequenita. O certo é que já estavam quase todos os implicados no estrado e o espectáculo ia começar. Foi então que um deles, não satisfeito com a sorte que lhe calhara, apontou para mim e disse, “Aquele ali também mandou”. Eu surpreendido por tamanha desfaçatez e com a Dª Alice de olhos postos em mim, argumentei: “Não mandei não!”, só que o outro, o delator de serviço, insistiu na afronta, e aí eu de forma errada já retorqui, “Ele também mandou” e apontei para o mafarrico.
Claro que a Dª Alice não se ficou, e disse, “pois mas ele já lá está”.
Já adivinharam o que se passou a seguir, também eu subi ao estrado e preparei-me para a punição, injusta diga-se, mas que utilizei para não mais esquecer o quão importante é a arte da dialéctica.

09/12/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Como Eu, um dia aprendi o que era um "Bufo".

“...Medina Carreira considerou, na terça-feira à noite, numa tertúlia no Casino da Figueira da Foz, o Programa Novas Oportunidades como uma «trafulhice» e uma «aldrabice» e a educação em Portugal como uma «miséria».
O antigo ministro das Finanças entende ainda que as escolas produzem «analfabetos» e que os alunos que participam no programa Novas Oportunidades «fazem um papel, entregam ao professor e vão-se embora».
«E ao fim do ano, entregam-lhe um papel a dizer que têm o nono ano. Isto é tudo uma mentira, enquanto formos governados por mentirosos e incompetentes este país não tem solução», acrescentou.
Sobre os alunos, Medina Carreira entende que estes «não sabem coisa nenhuma». «O que é que vai fazer com esta cambada, de 14, 16, 20 anos que anda aí à solta? Nada, nenhum patrão capaz vai querer esta tropa fandanga», sublinhou.
Já no que toca à avaliação dos professores, o ex-ministro considerou-a uma «burrice», pois perguntou «se você não avalia os alunos, como vai avaliar os professores?»....”


in TSF online

Aproveito a opinião do professor Medina Carreira sobre o ensino em Portugal, com a qual concordo em absoluto e que acima transcrevo, para dar início ao meu post, hoje procurando mostrar aspectos da escola em Messines (e não só) no Portugal do pré 25 de Abril.
Desde já digo que só conheci duas professoras durante o meu percurso na escola primária (agora chamado ensino básico), depois conheci muitos outros e outras, uns naturalmente mais louváveis do que outros, o que é perfeitamente natural. Mas dizia eu, as minhas duas professoras da primária foram a Dª Alice e a Dª Natália, ambas respeitáveis senhoras de Messines, a segunda por ser aquela com quem mais tempo passei, ainda hoje procuro falar um pouco sempre que a encontro.
A Dª Alice foi a minha professora do período anterior ao 25 de Abril (o que no meu caso correspondeu à então chamada primeira classe) e carregava consigo todas as práticas pedagógicas em vigor no antigo regime. O mesmo é dizer que todas as suas prelecções e ensinamentos eram invariavelmente acompanhados, sempre que necessário, por uns puxões de orelhas e umas reguadas a preceito, distribuídas por todos quanto fizessem barulho, não soubessem a tabuada, dessem erros ortográficos, ou simplesmente estivessem no sítio errado à hora errada.
Recordo por exemplo que uma das técnicas que a Dª Alice utilizava para manter a classe em respeito, isto quando por qualquer motivo se ausentava da sala por um período razoável de tempo, era o nomear um dos alunos para que tomasse nota no quadro, do nome dos que fizessem barulho ou se remexessem demasiado nas carteiras (era assim que se chamavam as mesas de trabalho).
Escusado será dizer que o poder do aluno apontador subia de um momento para o outro a um nível difícil de quantificar. O dito aluno apontador, na maior parte do tempo um entre nós, e tal como os restantes sujeito aos humores da Dª Alice, encontrava-se de repente numa posição invejável. Não só o seu nome nunca, jamais, seria anotado no quadro, como o seu poder para levar qualquer outro a levar umas reguadas quando a DªAlice voltasse era absoluto e discricionário.
Vejam lá se conseguem descobrir um melhor método de explicar a um aluno do 1º ano o que é um “Bufo”.
Esta figura do Bufo era bastante querida no antigo regime. Há até quem diga que havia alguns exemplares desta espécie em Messines e que não hesitaram em usar os seus préstimos para enviar alguns à palmatória. Mas isto, eu não sei, se será verdade. Agora já não tenho dúvidas que o método de ensino então em vigor era de facto eficaz neste aspecto. Já o mesmo não digo relativamente ao acesso que o mesmo sistema proporcionava a níveis superiores de ensino. Embora não consiga encontrar a fotografia de grupo que me lembro ter tirado na altura com todos os colegas da primeira classe, recordo-me que dos vinte e tal que formavam o grupo, sómente três ou quatro, senão menos, prosseguiram os estudos a nível superior, um resultado tão fraco que impressiona, mas serve perfeitamente para mostrar o que era o Portugal de há trinta e cinco anos atrás.

Já agora, se houver por aí alguém que tenha a fotografia que referi acima e a possa dispensar por um tempinho, curto, para que eu possa mandar fazer uma cópia, ficaria eternamente grato.

06/12/2009

Benfica 4 - Académica 0

Excelente vitória do Glorioso SLB.

Um Bocadinho da Nossa História: Como um dia, o MFA veio a Messines

O primeiro comício do PPD (agora PSD) realizado em Messines teve lugar no cineteatro João de Deus. Apesar da minha tenra idade, mais uma vez estive presente (ia a todas). Os oradores, não me lembro quem foram, mas sei que se encontravam sentados a uma mesa colocada no palco, junto ao écran de projecção. A sala embora não estando lotada (longe disso) estava mais ou menos composta.

O objectivo dos oradores e do público é que não era exactamente o mesmo. Enquanto aqueles estavam lá para apresentar as ideias do partido, estes estavam mais virados para insultar e impedir o comício de se realizar.
Após uma saraivada de insultos, o impasse lá foi ultrapassado. Com o recurso à força do MFA (movimento das forças armadas) que penso ter vindo de Faro, os contestatários foram expulsos e criou-se finalmente condições para que o comício se pudesse realizar, embora com a sala vazia.

Um Bocadinho da Nossa História: O que é um latifúndio?

Para recordar aqui fica mais um pouco da nossa história. O vídeo é retirado de uma sessão de esclarecimento efectuada pelo MFA (muito frequentes no período do PREC).

Espero que finalmente fiquem a perceber o que é isso de um latifúndio

05/12/2009

Um Bocadinho da Nossa História: O rio de Messines e outras histórias

Hesitei bastante se devia ou não escrever este post. Mas após reflectir profundamente sobre o assunto, achei que não deveria deixar que tabus se estabelecessem nesta estação.
De facto este não é um post mas sim um “tri-post”, ou seja um post dividido em três partes, como o próprio nome indica.

A primeira parte é para dar a conhecer aos mais novos ou aos mais esquecidos, o rio subterrâneo que corre por baixo de Messines.
Nem sempre assim foi, ainda há não muito tempo este rio corria livremente a céu aberto, surgia um pouco antes do local onde hoje se encontra o Café dos Caçadores, passando à esquerda da rotunda e continuava rua António Aleixo abaixo até ligar-se ao ribeiro meirinho.
Este nosso rio, conhecido por Barranco, não era assim um rio de grande caudal, era bem mais um riacho, embora neste caso a comparação só seja possível devido ao pequeno caudal que apresentava. Pois quanto ao aspecto cristalino das águas que nele corriam, nem vale a pena comparar. As do nosso riacho eram bem mais escuras e delas emanava um cheiro nem sempre agradável.Apesar de todo o mau aspecto que relatei, o barranco não deixou de desempenhar um papel relevante no dia-a-dia de todos os messinenses.
Não foram poucos os que nele resolveram tomar banho. Uns impelidos por manifesto acidente, outros por não se encontrarem em total controlo das suas capacidades (leia-se vinho a mais) e ainda outros pela simples curiosidade.
O Barranco foi finalmente coberto pouco tempo após o 25 de Abril. Obra do Sr. Gregório, avô do meu amigo Joaquim, do Vasco e do Nuno, que resolveu dinamizar a população para tão importante obra.
É verdade, o barranco foi fechado pela população que se juntou e trabalhou para o fazer. Escusado será dizer que estávamos em pleno PREC, altura onde tudo era possível e a generosidade e solidariedade com o próximo estavam no seu máximo.

A segunda parte é para dar a conhecer que pouco tempo antes do 25 de Abril, Messines foi ameaçado por um ataque de pára-quedistas.
Estou a brincar. Não fomos nada ameaçados, a história é curta, embora polémica, e é pouco aquilo que sei sobre a mesma, apenas lembranças vagas. No entanto vou deixar aqui o que tenho na memória. Mais uma vez correcções, precisões ou mesmo relatos da história são bem-vindos.
Foi organizado em Messines um movimento que pretenderia levar à construção na vila de umas piscinas. Penso que a liderar tal movimento estaria o Sr. Francisco Vargas Mogo, nosso ilustre conterrâneo já falecido. Esse movimento levou à realização de uma festa importante na vila, dizia-se na altura que fomos até visitados pelo ministro do interior de Marcelo Caetano, Gonçalves Rapazote, embora eu confesso, não sei ao certo se isto é ou não verdade. O que me lembro, e é muito pouco, foi que no dia da festa, os pára-quedistas, que supostamente saltariam sobre a vila foram impedidos de o fazer, pelo vento que então se fazia sentir. O resto já todos sabem, nem os pára-quedistas saltaram nem as piscinas se construíram.

Por último, a terceira parte diz respeito ao chamado choque tecnológico, que todos pensam ter sido implementado pelo governo de José Sócrates, o anterior, este já se viu que nada vai fazer. Lamento dizer, mas tal não é verdade, o dito choque tecnológico ocorreu muito tempo antes em Messines. A história é complicada de contar, até porque tal como 99.9999% dos Messinenses eu também não me encontrava na vila nessa altura. Não vou por isso alongar-me com pormenores sobre o assunto, até por que não os sei, mas parece que o dito choque metia uns exames radiológicos efectuados via satélite. Tal coisa nunca antes vista em lado algum, constituiu um verdadeiro choque, mais moral que tecnológico, diga-se, embora e até para repor a verdade dos factos, existam relatos que semelhante tecnologia foi também anteriormente testada em Loures.

O que ando a ouvir: Xutos-Mãe

Esta foi uma das primeiras músicas dos Xutos que me foi dada a conhecer, ainda estes não eram gente famosa.

Um Bocadinho da Nossa História: Ainda a Sociedade

Obedecendo mais uma vez às regras da casa, resolvi passar também este comentário do ACarrasqueiro a post.

“Amigo CCor.
Vou puxar dos meus galões, também fui campeão Algarvio de Xadrez de Juniores, sendo eu (Júnior) e o Barradas (Juvenil) os representantes do Algarve, num memorável Nacional de Xadrez em Portalegre.
Relembrar também as matinés de Domingo na sociedade, com os Djs de serviço Chico Sousa e moi méme.
...As matinés dos anos 80 foram obra de dois putos e uma boa fonte de rendimento para a Sociedade. Ainda me lembro o difícil que foi convencer o Fernando Fúria (pai do Manaca) e os restantes membros da direcção a permitir que se realizassem Felizmente foram um sucesso, onde apareciam com frequência pessoal de Silves, Albufeira, etc.
Havia no entanto uma regra, ninguém podia beber na sala por causa do chão de madeira, claro excepto eu e o Xicom, que tínhamos as garrafas escondidas na sala.” ACarrasqueiro.

Obrigado pelo comentário amigo Carrasqueiro. Adorei a alcunha dada ao Fernando (pai do Manaca), “Fernando Fúria”, quem o conhece sabe que não seria possível ter escolhido melhor.
Mil perdões pela falta cometida, “Suum cuique tribuere”. Já não me lembrava dessa tua actividade de DJ, tua e do Chico Sousa.
Devo acrescentar que no particular do xadrez, o máximo a que cheguei foi um nono lugar, salvo o erro, num campeonato a nível local. Embora pareça modesta a minha prestação, foi obtida em circunstâncias muito complicadas (assim do tipo das que Benfica teve que enfrentar quando recentemente se deslocou ao batatal de Alvalade).
Em primeiro lugar tive que defrontar alguns pesos pesados da altura e acreditem que havia bastantes. Em segundo quando me preparava para assaltar o sétimo posto fui cobardemente sabotado e só assim me derrotaram.

04/12/2009

Um Bocadinho da Nossa História: A Sociedade de Instrução e Recreio Messinense (Cont.)

"Sempre que aqui venho aprendo inúmeras coisas sobre a nossa vila.

Da sociedade guardo as minhas memórias do grupo de dança moderna do qual fiz parte, mais uma data de raparigas e alguns rapazes, na década de 90. A nossa professora era a Mónica. Desenvolveu um bom trabalho, e era muito dedicada. O grupo ainda durou uns anitos. Bons tempos.
Hoje em dia está a ser arranjada e remodelada. Vamos ver como fica depois da intervenção que tem sido feita. Depois é questão de ir passando por lá e participar nas actividades que a actual direcção há-de promover, e presumo que quem quiser até pode propor as suas ideias que por certo não cairão em saco roto."    comentário de Tânia Mealha

Antes de mais, o meu obrigado à Tânia pelo seu comentário.
Mais uma vez e cumprindo a regra da casa, achei por bem passar este comentário à categoria de Post e, aproveitando a deixa, proponho desde já uma ideia que a Sociedade poderá, em princípio, cumprir.
Penso fazer falta em Messines uma Biblioteca. Atenção que não falo de uma sala cheia de livros, para isso mais vale estarem quietos. Uma Biblioteca é muito mais do que isso. Terá de ser um espaço que tenha obviamente livros, que as pessoas possam requisitar e levar para casa por uns dias, mas que dê também acesso a uma videoteca, a computadores e à internet. Que dê formação aos mais infoexcluídos e os ajude a entrar neste mundo novo da web, que dinamize actividades de discussão de vários temas e cursos. A Sociedade poderia cumprir perfeitamente este papel virando-se para um público-alvo mais adulto e que é muitas vezes esquecido.

PS-Também sei que ideias há muitas, mas dinheiro para as concretizar é que há pouco.

03/12/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Grupo de Baile-patchouly.

Aproveitando o post da Sociedade lembrei-me de colocar aqui esta que já não ouvia faz tempo.

Um Bocadinho da Nossa História: A Sociedade de Instrução e Recreio Messinense

Passei há pouco tempo pela Sociedade de Messines, pareceu-me estar em suave abandono, sinal dos tempos e da competição que é agora muito mais feroz. Será certamente difícil para a velha Sociedade fazer frente a estes novos tempos.
Mas nem sempre assim foi. Durante as décadas de 70 e 80 a Sociedade foi claramente o ponto de encontro em Messines, quer para os novos quer para os mais velhos. Era ali que se ia para ler o jornal (A Bola, o Diário de Notícias entre outros), ou para jogar bilhar, damas, cartas ou ainda simplesmente para beber o café e dar dois dedos de conversa.
Além de tudo o que acabo de referir a Sociedade foi ainda capaz de acolher o núcleo de xadrez de Messines, criado pelo José António Gonçalves (Zé Tó) e amigos da altura. Bastante activo, o núcleo de xadrez conseguiu dar a Messines vários campeonatos distritais, com especial destaque para o Luís Barradas que foi campeão distrital de juvenis por três vezes.
Além do xadrez a Sociedade deu ainda a muitos a oportunidade de praticar Luta Amadora e de ter acesso a uma pequena mas útil biblioteca.
Um outro ponto alto da actividade desenvolvida pela Sociedade eram os seus bailes. Normalmente efectuados ao fim de semana ou por altura de ocasiões festivas e abrilhantados por alguns grupos musicais, entre eles o do Messinense António Varela (aka Cantor Fantasma), eram sempre um acontecimento esperado e devidamente celebrado.
Para recordar aqui fica uma das músicas mais tocadas e esperadas.

Valerá a pena pensar nisto?

Cardeal diz que "homossexuais nunca entrarão no reino dos céus"
(in Expresso online)

Pronto fechou-se a porta do céu.
Que fará agora a igreja a todos os homossexuais que alberga no seu seio?



O Bolinhas, após ter ouvido isto, ficou com o pêlo eriçado e a rosnar.

01/12/2009

A Ciência por quem a faz: A Luz e as Moléculas (Cont.)

Já aqui foi referido anteriormente (ver A luz e as Moléculas) que absorção selectiva de luz por moléculas orgânicas leva a que estas passem a existir durante algum tempo num estado excitado. Importa agora precisar um pouco melhor algumas das características deste estado excitado (de maior energia que o estado fundamental, aquele em que as moléculas normalmente se encontram).
Na realidade o estado excitado da molécula, criado após esta ter absorvido luz, pode assumir duas características completamente distintas, consoante o arranjo assumido por uma propriedade quântica (o spin) dos electrões envolvidos na transição do estado fundamental para o estado excitado.
O chamado spin pode, no caso dos electrões, assumir dois valores distintos +1/2 e -1/2. Se os electrões assumirem o mesmo valor dizem-se emparelhados e o estado excitado diz-se tripleto, caso contrário, com os electrões com spin antiparalelo (valor oposto) o estado diz-se singleto.
A desactivação do estado excitado da molécula para o seu estado fundamental é completamente diferente consoante o carácter singleto ou tripleto do estado envolvido. Para uma configuração singleto, o tempo de vida do estado excitado é da ordem do nanosegundo (0.000 000 001 s) e à luz emitida durante a desactivação dá-se o nome de fluorescência. Já para uma configuração de tripleto, o tempo de vida do estado excitado é da ordem de microsegundo ou mesmo segundos e à luz emitida dá-se o nome de fosforescência.

Um Bocadinho da Nossa História:Miguel de Vasconcelos e Brito, O Defenestrado

Faz hoje 369 anos que Miguel de Vasconcelos e Brito foi defenestrado (adoro esta palavra). Com a defenestração do traidor (lançado por uma janela), após ter sido descoberto, escondido dentro de um armário, foi anunciado o sucesso da revolta que levou à restauração da independência de Portugal.
O feriado de hoje celebra exactamente este feito.


(Defenestração de Miguel de Vasconcelos‎)

Por que razão não quis o Benfica ganhar o jogo contra o Sporting.

Basta estar atento para descobrir. Um homem não pode negar o que lhe vai no coração.

A prática desportiva em Messines

Pelos meus dezasseis anos e após Portugal ter atravessado o 25 de Abril, o PREC e o 25 de Novembro, com tudo o que isso pode acarretar em termos de organização de um País. Eu contabilizava já como praticante mais ou menos assíduo as seguintes modalidades desportivas: Futebol de onze, Futebol de Salão, Judo, Luta Amadora, Ginástica Desportiva, Atletismo, Basquetebol e Xadrez.

Poderão dizer-me que nem todas essas modalidades foram devidamente organizadas, orientadas por monitores correctamente formados etc. Direi que tal é de facto verdade, no entanto, poderei também contrapor que todas foram efectuadas em Messines e sem que os meus pais gastassem um tostão que fosse.
Não sei ao certo como está a situação a este respeito com os jovens de hoje em Messines. Mas parece-me que não melhorou, pelo contrário e, a avaliar pelo que me foi dito, parece estar bem pior. Isto apesar de Messines ter dois pavilhões desportivos à sua disposição.

Um aspecto a rever agora que um novo ciclo se inicia. Os pavilhões já existem, talvez seja a altura para investir no capital humano, contratando monitores em qualidade e quantidade suficiente.

29/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Arte & Ofício em Messines.

Esta é mesmo só para os “connaisseures”. Para os Messinenses de forte têmpera. É com estas que se distinguem os meninos dos homens, os mais jovens dos menos jovens.
Não acredito que muitos dos que aqui vêm tenham presenciado ou até mesmo recordem este episódio. Eu lembro-me bem. Embora com muita pena minha não tenha podido assistir. Com o argumento da minha tenra idade, fui impedido pelos meus pais, à última da hora, de participar neste evento memorável. Recordo-me no entanto de passar de carro, junto ao Teófilo, na rua que hoje e já naquela altura, liga a igreja ao jardim João de Deus e ver este grupo de Portuenses à espera de actuar.
Haverá por aí alguém suficientemente corajoso para recordar o momento. Não sei quem organizou o espectáculo (por certo devem ter acontecido peripécias engraçadas). Portugal e Messines tinha acabado de sair do 25 de Abril de 1974, estávamos em pleno PREC e não deve ter sido fácil, naquele tempo e naquela conjuntura, levar a cabo tal tarefa. Ainda hoje não é todos os dias que se vê, em Messines, um concerto destes.
Para os envolvidos na organização do evento o meu aplauso. Vocês são também intrépidos messinenses.

As Ovelhas do Eliseu

O Bolinhas pediu e eu acedi.

Acho que é justo. Pois se o Eliseu nos paga a net em troca de cuidarmos das bichas. Se ele até nos deu o laptop. Por que não, em troca, mostrar no blog, aquelas a quem, em última análise, tudo isto se deve.
Faça-se então justiça.


(As ovelhas do Eliseu)

Como podem ver também elas, como não podia deixar de ser, apoiam o Benfica.
A Bem da Nação.

PS-O Bolinhas manda dizer: Jogo fraquinho o de ontem. Melhor o resultado para nós do que para o Sporting. É sempre difícil jogar contra estas equipas pequenas, que agora aprenderam que a melhor maneira para tentar sacar um empate ao Benfica é estragar o relvado e atafulhar o meio campo com jogadores.

Dos livros que eu Gosto: O Banqueiro Anarquista


“...O que eu quero dizer é que entre as minhas teorias e a prática da minha vida não há divergência nenhuma, mas uma conformidade absoluta. Lá que não tenho uma vida como a dos tipo dos sindicatos e das bombas isso é verdade. Mas é a vida deles que está fora do anarquismo, fora dos ideais deles. A minha não. Em mim sim, em mim, banqueiro, grande comerciante, açambarcador se V. quiser , em mim a teoria e a prática do anarquismo estão conjuntas e ambas certas. V. comparou-me a esses parvos dos sindicatos e das bombas para indicar que sou diferente deles. Sou, mas a diferença é esta: eles (sim, eles e não eu) são anarquistas só na teoria; eu sou-o na teoria e na prática. Eles são anarquistas e estúpidos, eu anarquista e inteligente.
Isto é, meu velho, eu é que sou o verdadeiro anarquista. Eles os dos sindicatos e das bombas (eu também lá estive e saí de lá exatamente pelo meu verdadeiro anarquismo) eles são o lixo do anarquismo, os fêmeas da grande doutrina libertária..”.
(Fernando Pessoa in O Banqueiro Anarquista)

A Ciência por quem a faz: A Luz e as Moléculas

Para além do espalhamento da luz por partículas em suspensão na atmosfera terrestre, já referido em textos anteriores, existem outras formas de interacção entre luz e matéria. Uma delas, a que vamos agora começar a abordar, dá-se a um nível bem mais profundo e envolve as moléculas que formam os materiais que nos rodeiam (incluindo nós próprios).
As moléculas orgânicas (compostas por carbono), e que são por exemplo a base da vida, apresentam absorção selectiva da luz. Quer isto dizer que se fizermos incidir luz branca num dado composto orgânico, algumas das cores que a compõem serão absorvidas, umas mais e outras menos, enquanto outras ainda passarão pelo mesmo material sem serem afectadas.
O fenómeno dá-se devido à interacção da luz com os electrões que constituem essas moléculas.
Após a absorção de luz, a molécula passa para o que se chama um estado excitado, este palavrão significa apenas que a molécula apresenta agora um novo arranjo dos electrões que a formam.
O chamado estado excitado, por ser de maior energia que o estado normal em que as moléculas se apresentam, não é estável e tem um tempo de vida muito limitado. Normalmente na ordem do nanosegundo (0.000 000 001 segundo).
O retorno ao estado mais estável da molécula (diz-se estado fundamental) dá-se pela emissão de luz com cor diferente daquela que foi absorvida e é frequentemente acompanhado da libertação de calor. É desta forma que a molécula liberta a energia absorvida.
A água tónica permite dar um bom exemplo do que acabo de descrever. Esta bebida quando exposta a luz ultravioleta, aquela que se usa por exemplo em discotecas e a que chamávamos luz negra, emite uma luz de cor azulada devido ao quinino que contem.
Mais interessante ainda, é o facto de as regiões onde a luz é absorvida e emitida, como também os tempos de vida dos estados excitados criados, conterem abundante informação, quer sobre as moléculas em si mesmas quer sobre as suas interacções com o meio que as rodeia.
Para acedermos a esse conhecimento é necessário que saibamos ler e descodificar a informação ali escondida.



(Emissão de luz pelo Quinino contido na água tónica)

28/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Jorge Palma em Messines

Estávamos em meados da década de 90. Abria o Barlavento em Messines, excelente nome para um bar, diga-se de passagem. Idealizado e criado por mais uma messinense que ousou fazer algo, este Barlavento era bem mais do que um simples bar. Foi pensado mais como um projecto cultural e, englobava galeria de pintura, pretendia atrair a Messines espectáculos de música ao vivo com alguns grupos de qualidade comprovada.
Hoje todos sabemos, não vingou e é pena.
Tive no entanto a oportunidade de ter assistido a um espectáculo de Jorge Palma ali realizado. Só por esse momento já valeu a pena o esforço da Anabela Lourenço, também ela a merecer o epíteto de intrépida messinense.

O que ando a ouvir: Jorge Palma-A Gente Vai Continuar

Como não podia deixar de ser, Jorge Palma, tinha que aqui ter lugar.

Da Representação Humana da Natureza:Porque surgem brancas, as nuvens escuras, quando observadas de um avião que as sobrevoa?

Já todos observaram nuvens escuras em dias em que a chuva se avizinha. Pois bem as nuvens, aglomerados de gotículas de água em suspensão, aparecem escuras quando vistas da terra, mas se observadas pela parte de cima, quando se viaja de avião por exemplo, já surgem de cor branca.

Tudo se deve ao modo como a luz do sol é desviada. As nuvens são formadas por pequenas gotículas com vários tamanhos e que espalharão a luz de forma diferente. Para quem observa a nuvem de baixo para cima, quanto mais densa esta for, menor será a intensidade da luz que a atravessa e, como tal, a nuvem torna-se escura quando vista da terra, simplesmente há menos luz do sol a chegar até nós.
Já para quem a observa de cima para baixo, quando a estamos a sobrevoar, o relevante é a intensidade da luz que é desviada na nossa direcção.
Como consequência das diferentes dimensões das gotículas em suspensão, todas as cores que compõem a luz acabam por ser igualmente afectadas, o resultado que nos chega é uma mistura de cores, a cor branca.


(O céu sobre Messines)

27/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Como o Benfica, um dia recusou ser devorado no covil do leão.

Corria a época de 1993/94, os sportinguistas andavam entusiasmados, cheios de Fé, pensavam, legitimamente, ser aquele o seu ano.
Lembro-me bem de estar na esplanada do trópico, isto na sexta-feira antes do jogo e, ver passar alguém a buzinar ferozmente o carro e acenando com o cachecol leonino. Os leões festejavam antecipadamente. Nós os benfiquistas preparavamo-nos, quais cordeiros, para sermos devorados.
No dia do jogo aos 10 minutos, a equipa do Benfica perdendo por um era já brindada com Olés!!! O festim estava preparado e tudo corria como previsto.
Só que depois...., bem depois entrou em cena o verdadeiro benfica, o mesmo que eu espero volte a aparecer em alvalade este fim-de-semana.

O que ando a ouvir: Manu Chao-Me Gustas Tu

Fim do ciclo Manu Chao

26/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Como Eu, um dia Trabalhei para a CCA.


Esqueçam o Kiss, o IRS ou o Capitulo IV, isto só para nomear algumas casas mais conhecidas na noite algarvia. Poderia ainda nomear a Cave em Alcantarilha, mas é melhor nem ir por aí. Pois dizia eu, esqueçam tudo isso, na minha geração, por volta dos quinze anos, nada disso contava. Nessa altura tudo rodava em torno de três poisos, isto com algumas variações e de acordo com a idade, eram eles a Sociedade Recreativa Messinense, o Café do Romeu e a plataforma de cimento em frente ao BNU, este depois passou a CGD e agora passou a abandonado.

A dita plataforma era onde nos reuníamos após o jantar e passávamos o tempo na conversa, era um local de encontro relevante.

O Café do Romeu era ainda socialmente mais importante que a plataforma de cimento. Neste só se entrava, por direito próprio, entenda-se, já com alguma idade, penso que tal como se passou com outros, foi aqui que tentei, juntamente com alguns amigos fazer o meu baptismo etílico. Era noite de baile na sociedade, sentamo-nos, eu e outros três e pedimos 4 imperiais, o Manel do Romeu veio, devíamos andar todos por volta dos catorze anos, olhou para nós e gritou para o balcão, “4 Sumois”. Ainda não foi dessa que bebi a primeira imperial.

Por falar no Manel. Nunca na vida vi alguém trabalhar tanto como este homem. Abria o café ainda bem cedo e só saía de lá pela madrugada dentro. Deve ter histórias do diabo para contar e que bom jeito dariam a este blog. Encontrei-o um dia destes quando voltava de Odemira, lembro-me de ter "apanhado" o Intercidades na Funcheira e lá vinha ele. Falámos um bom bocado, mais uma vez fiquei com a ideia que o Manel também merece ser elevado à categoria de intrépido messinense.

Acabei por consumar o meu baptismo etílico um pouco mais tarde. De uma forma engraçada até, o Francisco Vargas, convidou-me para fazer um trabalho para a CCA, sim é verdade, fui dos primeiros em Messines a trabalhar para a dita instituição, não revelo qual o trabalho que fiz, mas desde já vos digo que não foi nada de “importante”, como gestão de conta ou atendimento ao público, coisas que já poderiam dar o direito a usar o Dr. da praxe. Por alguma razão eu acabei em pastor, o Vargas, como então lhe chamávamos, poderia ter muitos defeitos, mas a falta de olho para o negócio não era um deles.

Pois dizia eu, o Vargas, fez-me chegar a mensagem que precisava falar comigo, engraçado como isto se fazia na altura. Note-se que eu deveria estar por volta dos quinze anos, combinamos então encontrarmo-nos no Café dos Caçadores, onde me disse ter um trabalho para eu fazer para a CCA e ao que eu respondi, “tudo bem”. Mostrou-me então o que pretendia que fosse feito e disse: “Então quanto levas por isso?”

E eu a pensar, “e agora o que e que eu digo”. Ele vendo-me a hesitar, e talvez achando que ia sair uma quantia elevada, interrompeu, “não leves muito caro que isto é para uma associação local”.

“Ok, 7500$00”, respondi.

“Feito”, respondeu ele e de seguida atirou: “agora bebes uma imperial comigo”.

Voltando ao Café do Romeu, para verem a importância que o 25 de Abril teve para Portugal, digo-vos que a primeira vez que bebi Coca-Cola, teria 9 ou 10 anos. Não que o beber Coca-Cola seja relevante para o que quer que seja, mas porra, era proibido beber tal coisa, sim, leram bem, há apenas 35 anos atrás a Coca-Cola era proibida em Portugal. A Coca-Cola e muito mais. Coisas que agora damos por adquiridas e já nem sabemos dar o valor.

Repararam que deixei a Sociedade de lado. Fica para outro Post que este já vai longo.

O que ando a ouvir: Manu Chao-La Vida es una Tombola

Com esta dedicatória a Maradona, inicia-se o ciclo Manu Chao. Espero que gostem.

Da Representação Humana da Natureza: Por que razão é o céu azul?

Para responder a esta simples questão que o Bolinhas me fez no outro dia, tive primeiro de aprender duas propriedades cruciais sobre o modo como a luz se desloca, a saber:

1- A luz ao deslocar-se dentro de um dado meio, seja ele qual for, ar, vidro, água etc..fá-lo sempre em linha recta.

2-A luz visível é composta por várias cores diferentes. Este facto pode ser facilmente comprovado pela observação de um arco-íris.

Guardando as propriedades acima descritas em CPU, vamos lá então ao que interessa, responder ao Bolinhas:

Existe um fenómeno na natureza conhecido pela dispersão de Rayleigh, este efeito de dispersão da luz pelas moléculas que compõem o meio, seja ela a água ou o ar, depende fortemente da cor da luz. Nem todas as cores que a compõem são igualmente dispersas, por exemplo, ao entrar na atmosfera terrestre a luz solar passa de um meio menos denso, o vazio, para um outro meio, progressivamente mais denso, a nossa atmosfera. Ao longo deste processo a cor Azul é a que sofre maior dispersão. Assim e dependendo da orientação relativa entre o Sol e o local em que nos encontramos na Terra, observaremos maior ou menor percentagem de Azul, ou de Vermelho por exemplo.

A consequência já todos sabemos qual é, o céu surge normalmente Azul e ao pôr ou ao nascer do Sol apresenta tons mais avermelhados.


Entardecer na praia do Lourenço (aka Galé pequena).

25/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Como o Messinense, um dia salvou o Farense.

O Sporting Farense veio a Messines jogar futebol. Parece que estava com dificuldades financeiras e só juniores se arranjavam para defender as suas cores. Os Messinenses ficaram preocupados com a situação e não calaram a sua dor:
" -Acho que é uma violência para os moços."

"-O que se está a fazer a esta equipa..pois...fazerem dois jogos por semana é impossível, aguentam...isto é como um motor."

Foram alguns dos comentários que se fizeram ouvir.



No final, quando questionados se aceitariam uma fusão de clubes, os messinenses, generosos como sempre, disseram que sim, que uma fusão até seria bom, que permitiria o surgir de um clube mais forte a nível do Algarve. Já os de Faro, parece que não gostaram da ideia, quer dizer lá concordar, concordaram mas foram mais para uma absorção. Assim uma fusão em que o maior engole o mais pequeno. Guloso o rapazinho.

Um Bocadinho da Nossa História: O 25 de Novembro de 1975

Faz hoje 34 anos sobre a data em que terminou o PREC (Projecto Revolucionário Em Curso). Com o 25 de Novembro de 1975, o contra golpe que pôs fim à influência da esquerda radical em Portugal, o país entrava na normalidade democrática. Certamente que ganhámos em alguns aspectos, mas também é certo que ficámos a perder e muito, em generosidade e solidariedade entre todos os que com o 25 de Abril tinham abraçado a construção de um novo Portugal.

Com o 25 de Novembro e o restabelecer da normalidade democrática, Portugal ficou mais sensaborão, perdeu sal e muita paixão. Para o confirmar basta dar uma vista de olhos ao vídeo que passo em baixo. Mostra um político da nossa praça, só que antes do 25 de Novembro. Vejam e digam-me, não vos  parece muito mais genuíno que habitualmente, muito mais verdadeiro?



Já agora vejam lá se conseguem perceber a mensagem que o nosso político tenta passar?
Resta-me acrescentar que, por aqui, o 25 de Novembro não terminará com a temática dedicada ao PREC, continuarei a abordar este período maravilhoso da nossa história.

O que ando a ouvir: Tim Minchin-If I din’t Have You.

Este Post termina a série “O que ando a ouvir”, na parte que diz respeito a Tim Minchin, mas o gajo ainda tem de me pagar por tê-lo feito famoso em Messines. Já sabes Tim, primeiro Messines, depois o Mundo.



PS-O Bolinhas continua a uivar sempre que ouve o Tim Minchin a cantar "Fuck The Poor". Não sei o que se passa com o bicho, mas imagino que seja por também eu ser pobre.

Um Bocadinho da Nossa História: Álvaro Cunhal em Messines (Cont.)

Nota do Chefe da Estação:

Aqui neste sítio a participação dos passageiros e/ou seus acompanhantes é altamente encorajada. Esta é uma estação verdadeiramente democrática, com direito ao contraditório e tudo. Assim e cumprindo o que prometi, sempre que se justifique os comentários dos leitores serão promovidos à categoria de Posts, assinados e tudo.

Vem esta nota a propósito de um comentário feito por um leitor atento ao post do Álvaro Cunhal em Messines. A quem desde já agradeço a participação e transcrevo o comentário. Também encorajo, querendo, que se identifiquem.

“Um comentário correcto no global, mas incorrecto nos pormenores.
A forma como está escrito dá a ideia que era um "challenge" Álvaro Cunhal x Messinenses.
Não foi nada disso que aconteceu porque quem chegou a vias de facto com o grupo do MRPP foram, também eles na sua maioria, Messinenses (lembro-me bastante bem).
Quanto aos barrotes de madeira, surgiram depois de se iniciarem as escaramuças. Provavelmente já estavam "preparados", mas se nos reportarmos à época dos factos, até uma simples colagem de cartazes era feita com a companhia dos tais "barrotes".
Conto-vos uma passagem do tal grupo do MRPP: após o 25 de Abril foram escritas na parede da residência do Francisco Vargas Mogo várias "palavras de ordem" que conotavam o Francisco Vargas com o antigo regime.
Este fez, então, uma jura que não entraria mais no "café dos caracóis", mesmo em frente à sua residência, na altura frequentado por militantes e simpatizantes do PCP, julgando que os autores das "pinturas" seriam do PC.
Mais tarde veio-se a descobrir que os autores da proeza eram do MRPP (o António José "Manaca" deve-se lembrar bem do episódio).
Aqui surge a coerência do Francisco Vargas que, sabendo que tinha errado no “julgamento” que fez, nunca mais entrou no referido café, mesmo sendo cliente diário do mesmo. Como é que ele fazia? Simples, sentava-se na esplanada, fazia o seu pedido, bebia a sua imperial e comia o seu pires de caracóis e pagava, mas sempre na esplanada. Nunca mais entrou no café.”


leitor não identificado.

24/11/2009

Da Representação Humana da Natureza: Números de Fibonacci

A sucessão de números de Fibonacci, descrita primeiramente por Leonardo de Pisa, também conhecido como Fibonacci (Dc. 1200), para descrever o crescimento de uma população de coelhos, começa pelo número zero (0) seguido do um. Os termos seguintes da série são obtidos pela soma dos dois termos anteriores, ficando então:
0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55.....
O aspecto mais surpreendente desta série de números é a frequência com que o mesmo padrão é encontrado na Natureza. Por exemplo o crescimento de uma concha de nautilus segue um padrão de Fibonacci, o mesmo sucede em muitos outros casos.
Ainda mais interessante é o facto de a divisão de um qualquer termo pelo seu antecessor dar como resultado um número próximo de 1.618. O resultado é tanto mais exacto quanto maiores forem os termos utilizados.
O número, 1.618 é conhecido como a divina-proporção. O nome deve-se ao facto de vários fenómenos naturais mostrarem de algum modo “obediência” a esta proporção. Por exemplo, numa flor de girassol as sementes crescem em espirais, a razão do diâmetro de cada rotação para a seguinte é 1,618. O mesmo sucede nas pétalas de uma pinha disposta em espiral. Mas o que é mais espantoso, é que mesmo nós, humanos, crescemos com essa proporção. Se medirmos a distância que vai da cabeça aos pés e dividirmos o resultado pela distância do umbigo ao chão, o resultado será muito próximo de 1,618.

Um Bocadinho da Nossa História: S.B. Messines também faz Rock.

Desde já confesso, a minha aptidão para tocar viola, bateria, ou qualquer outro instrumento musical, à excepção de batuques, só é comparável à habilidade demonstrada por Quique Flores na direcção da equipa de futebol sénior do meu Benfica. Um verdadeiro desastre. Com isto desde já aviso, eu não me encontro no vídeo que podem ver mais abaixo. Não estou lá, mas gostava de estar.

A vida é assim. Sempre tive a ambição, não concretizada, de um dia vir a ser capaz de dar um ou dois acordes numa viola. Não procuro sucesso nessa área, mas que gostava de poder tocar para me entreter, gostava.

Mas o que aqui nos trás não sou eu, mas sim a capacidade demonstrada por quatro jovens de Messines para romper as barreiras da interioridade e sair da mediania, levando longe um projecto musical que, quem sabe, poderia até ter ido mais além. Não foi, tenho pena.

Um deles é alguém com quem não falo vai para mais de vinte anos. Tudo por uma idiotice de infância que não vem aqui ao caso. Apesar disso continuo e sempre continuei a considerá-lo meu amigo. Como já uma vez disse, os meus amigos-de-infância são isso mesmo, amigos, sempre!

Haverá por aí alguém capaz de identificar, fazendo-lhes justiça, mais este grupo de intrépidos Messinenses?

O que ando a ouvir: Tim Michin-The Guilt Song (Fuck the Poor)




I would be a liar if I pretended to admire,
The redlight windscreen cleaning empire that you've built,
But my heart is good, it's not a thing of stone or wood,
I'll give you $0.50 to take away my guilt.

I give money to folk that just don't have enough,
To try to justify the future purchases of stuff,
That I don't need, I know that one less vodka cranberry tonight,
And I could feed some foreign family for a fortnight,
But I might just have one more,
After all, what is vodka for?
Apart from making you want to shag your best mate's wife,
And dampening the guilt you feel about your perfect life;

Fuck the poor, What is all this hoo-hah for?

There's only one reason that I'll phone 1800-0340-34,
It's the force that drove Teresea, and that school that Opera built,
I'll give you $50 to take away my guilt.

Fuck the poor, I'm not pretending anymore,

That I really give two shits about some kids in Bagalor,
I'm more interested in footie, than seeing the Solomons rebuilt,
But I'll give you $50 to take away my guilt,
I'll give you $50 to take away my guii-lll-tt.

23/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: PREC-Álvaro Cunhal em Messines

Desde já aviso que o que a seguir vou narrar é baseado apenas e só nas memórias do que presenciei (tinha na altura 9 ou 10 anos). Como tal, qualquer facto menos correcto ou impreciso fica desde já justificado e, se for esse o caso, agradeço as possíveis correcções.

Penso ter sido um domingo o dia escolhido para o comício. A festa foi organizada e teve o seu início no largo em frente do então chamado “Café do Romeu”, o mesmo que já foi o café do Piaska, próximo do então BNU. Era este à altura o local de eleição na vila.

Álvaro Cunhal subiu ao 1º andar do café, de onde pretendia discursar, tal como veio a acontecer, às hostes vermelhas. Junto com a população local, a ouvir o dirigente máximo do PCP, encontrava-se também, devidamente dissimulada, a guarda pretoriana do partido, este “corpo de intervenção rápida”, composto por uns rapazes altos e espadaúdos, vinha armado por uns nada meigos barrotes de madeira e preparados para o que desse e viesse.

O comício até começou bem, só a partir de determinada altura, quando deram entrada na festa alguns elementos não convidados a coisa deu para o torto.

A chefiar este pequeno grupo de intrépidos messinenses, vinha, penso eu, o Manaca, tão só o maior activista messinense do MRPP (sobre ele existem bastantes mais histórias que dariam bons posts) e a segui-lo viriam ainda o Idalécio, irmão do Ilídio e outros que, confesso, não recordo.

A acção vinha bem planeada, perturbar e acabar com o comício era o objectivo máximo. E se bem o planearam, melhor ainda o executaram, assim que Álvaro Cunhal começou a discursar toca de largar "palavras de ordem" acompanhados de insultos aos comunas vermelhos a soldo do patrão soviético.

A refrega foi rápida. Iniciou-se com uns murros a preceito, acompanhados de umas boas pazadas aplicadas pela força forasteira. O grémio messinense foi também lesto a responder, rápido e seguro, aplicou um sprint de fazer inveja a qualquer corredor dos 100 metros barreiras e, correndo à frente do corpo expedicionário vermelho, procurou refúgio na sede da sociedade de instrução e recreio messinense. Aqui chegados, alguém corajosamente colocou-se à porta dizendo “Aqui ninguém entra”. A estratégia no entanto não teve o resultado esperado e, dizia-se na altura, a resposta a esta “pega de caras” foi tão só uma patada aplicada na peitaça do forcado.

O refúgio final da força messinense teve que ser deslocado mais para baixo na vila. Penso que foram acabar próximo da escola primária, onde puderam então lamber as feridas e recuperar a moral.

Este é um dos episódios que recordo com mais carinho da minha vivência no PREC, ainda hoje me lembro de, com a rua da Dª Adelaide, como então se chamava, cheia de malta, uns a fugir e outros a distribuir ameixas, eu ter passeado incólume, apreciando completamente embevecido, a História a acontecer.

Escusado será dizer que o meu respeito pelo Manaca, principalmente por este, nasceu ao longo desses dias com este e outros episódios, (a célebre distribuição do jornal do partido, por ele realizada em frente ao mesmo café, é um deles) e ainda hoje dura. Embora tenha a certeza que nem ele o sabe. Não é fácil demonstrar tamanha generosidade e coragem sem ser completamente doido. Louco como só os verdadeiros e genuínos o podem ser.

Um Bocadinho da Nossa História: PREC-Quando um Governo faz Greve

Já alguma vez imaginaram um governo fazer greve? Sim suspender as suas funções, já aconteceu e foi em Portugal. Era primeiro ministro o Almirante Pinheiro Azevedo.


22/11/2009

A Ciência por quem a faz: Electrónica de Plástico

Um Bocadinho da Nossa História: "Comprativa"

"Comprativa"

Um Bocadinho da Nossa História: Almirante sem Medo

"...Vendo a situação entrar num impasse, com os trabalhadores a estenderem mantas e acenderem fogueiras para dormir e ficar ali por tempo indeterminado, Pinheiro de Azevedo veio à varanda apelar à dispersão, sob a promessa de estudar o caderno reivindicativo. Mas os manifestantes não o queriam ouvir, e gritavam e insultavam mal o primeiro-ministro abria a boca. "Fascista!", chamavam eles, e o "Almirante sem Medo" perdeu a paciência: "Fascista uma merda!" Ou na versão de outras testemunhas: "Vão todos bardamerda!"..."*

Contagem decrescente para uma guerra civil, Paulo Moura in Público

Ainda se lembram de como foi vivido o PREC (Projecto Revolucionário Em Curso) em Messines? Tentarei trazer aqui algumas histórias desses tempos. Para isso conto com a vossa ajuda: Fotografias, histórias, personagens, enfim, tudo o que tiverem por aí guardado no baú das memórias e queiram partilhar é bem-vindo.

21/11/2009

O que ando a ouvir: Tim Minchin

If You Open Your Mind Too Much, Your Brains Will Fall Out (Take My Wife)

If anyone can show me one example in the history of the world of a singlePsychic who has been able to prove under reasonable experimental conditions that they are able to read minds

And if anyone can show me one example in the history of the world of a singleAstrologer who has been able to prove under reasonable experimental conditions that they can predict events by interpreting celestial signs

And if anyone can show me one example in the history of the world of a singleHomeopathic Practitioner who has been able to prove under reasonable experimental conditions that solutions made of infinitely tiny particles of good stuff dissolved repeatedly into relatively huge quantities of water has a consistently higher medicinal value than a similarly administered placebo

And if anyone can show me just one example in the history of the world of a singleSpiritual or religious person who has been able to prove either logically or empirically the existence of a higher power that has any consciousness or interest in the human race or ability to punish or reward humans for there moral choices or that there is any reason - other than fear - to believe in any version of an afterlife

I’ll give you my piano, one of my legs, and my wife

Da Representação Humana da Natureza: Números

Na nossa escrita numérica usamos apenas 10 algarismos. Vão do 0 ao 9 e servem para representar a quantidade ou intensidade, de uma qualquer qualidade passível de ser representada numericamente.

Enquanto os símbolos que usamos para representar os algarismos são totalmente irrelevantes, já o seu número faz toda a diferença. O mais relevante é o número de algarismos diferentes que usamos na nossa escrita numérica.

Por convenção escrevemos na base dez. O serem dez algarismos diferentes estará por certo ligado aos dez dedos que temos nas mãos. Suponhamos então que em vez dos dez dedos, a raça humana tinha evoluído apenas com dois. Mantendo a mesma simbologia, agora numa numeração de base 2, os números 0 e 1 seriam exactamente idênticos aos que hoje usamos. Mas a partir daqui tudo seria diferente, reparem então na seguinte lista que mostra números escritos na base dez e, entre parêntesis, na base dois.

0 (0); 1 (1); 2 (10); 3 (11); 4 (100); 5 (101); 6 (110); 7 (111); 8 (1000); 9 (1001)....