09/05/2011

Vendem-se os aneis para que fiquem os dedos.

“....Na sua entrevista de ontem à RTP o líder do PSD (Passos Coelho) voltou a afirmar a sua intenção de privatizar a Águas de Portugal para além da Caixa Geral de Depósitos, da REN e EDP e outras que não especificou....”.

Passos Coelho prepara-se, se eleito nas próximas eleições, para privatizar as Águas de Portugal, a Rede Eléctrica Nacional-REN e a EDP. Todas estas empresas têm uma especificidade clara, fornecem ao País, a água e energia que os Portugueses e as as empresas consomem. Mais, todas, sem excepção, actuam em regime de monopólio, sem qualquer concorrência e, são por isso alvo de cobiça por parte dos privados.

Quem é que não gostaria de ter um negócio em monopólio?

Só para se poder comparar e para que se perceba como são atractivos estes negócios, pensem que mesmo à escala de Messines, aqueles, poucos, que conseguiram no passado, ter negócios em monopólio (puxem lá pela cabeça a ver se se lembram de algum), lucraram bastante.

Pois bem, Passos Coelho prepara-se para dar a mão a alguém com estas negociatas, entregará de mão beijada as empresas que referi e também a dependência económica do País a privados.

A 5 de Junho, quando forem votar, lembrem-se que o que está em causa não é o Benfica, o Porto ou o Sporting, mas sim algo bem mais grave e sério. Quando um dia os investidores e futuros donos da Águas de Portugal se lembrarem de aumentar o preço da água para valores que dificilmente os mais pobres possam suportar, não haverá como o evitar.
Aí, caso Passos Coelho leve a sua avante, já nada haverá a fazer.

Há aneis que não se vendem, sob pena de se perderem, não só os dedos, mas toda a mão.

2 comments:

  1. Apesar de seres novato, consegues ver, qualquer coisa, para além da nuvem de fumaça que a direita lançou sobre este Portugal à beira mar plantado.

    Se muitos outros tivessem um descernimento igual ao teu, talvez este País fosse diferente, para melhor!

    Oxalá, não sofras uma desilusão! Porque ...

    Se a carneirada (as tuas ovelhas), forem no engôdo, nunca mais voltas ao cais, nunca, nunca, ... nunca mais ...!

    Nota do autor para os menos atentos: Cais aqui significa Portugal.

    ReplyDelete
  2. Muito obrigado caro anónimo sem nome.

    Fico muito lisonjeado, não só por me considerar possuidor de algum discernimento, mas acima de tudo por me considerar novato.

    Duas qualidades, em especial a última, que muito prezo e gostaria de manter ao longo da vida.

    Quanto ao voltar ao cais. Eu bem me farto de remar, mas a corrente é forte. Acredito no entanto que, com a força das minhas remadas, acabarei por vencer as fortes ondulações que o vento levanta.

    (quase que fazia um poema; já estou a imaginar o camões com os lusíadas numa mão e com a outra a nadar para a margem...)

    cumprimentos e um muito obrigado pelo comentário.

    ReplyDelete