26/03/2011

Para onde vamos?

"…Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai…”
Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896.



25/03/2011

21/03/2011

PECs

O PEC IV é Mau, todos o dizem e eu também acredito.

A partir de quarta-feira estes começarão a ir à sua vida, seguir-se-ão os próximos. Mais frescos e acompanhados, o que nem se importam, a sede é muita e, mais vale beber onde os deixarem do que beber coisa nenhuma. Governarão a mando dos novos senhores, estrangeiros, foi a isto que chegámos, já nem na nossa casa mandamos. Com eles trarão o PEC V, veremos então se será de maior agrado.

Eu se por aí andasse, tentava é que me pagassem o subsídio de férias quanto antes.

18/03/2011

Ainda os à rasca

Como vão ver, se se derem ao trabalho de ler o texto em baixo, estes "à rasca", os "deolindos", como alguns dos que muito trabalham lhes chamam, não passam de uns betos, uns verdadeiros meninos da mamã, sempre tiveram tudo e não querem é vergar a mola.


"O DOUTOR DO 'CALL CENTER'




Ricardo Noronha, 31 anos e doutorado em História pela Universidade Nova de Lisboa, não tem tido uma vida fácil. Não é rico - a mãe é bancária e o pai técnico de marketing - e ainda vive numa república informal, na capital, onde cada um dos cinco habitantes tem um quarto. Já fez de tudo para sobreviver. "O meu primeiro emprego foi nas obras do Oeiras Parque, com ou sem capacete. Até ao dia em que caiu um andaime e saiu de lá um gajo morto..."


Para ter dinheiro para o Erasmus em Itália, apanhou pêssegos em França. Lembra-se dos intermediários de Trás-os-Montes, "vendedores de gado", com um enorme poder sobre os trabalhadores - o domínio da língua francesa. Gente que dorme em barracões, que só para quando o patrão manda e recebe o dinheiro por debaixo da mesa. "Estive lá dois meses. Uma coisa medieval, latifundiária. Em agosto, depois de um dia todo a arranhar - e a folha do pessegueiro arranha mesmo, dá comichão -, o patrão resolveu encher a piscina e nós ficámos sem poder tomar banho... Ganhei 2 mil euros."


Em Bolonha, por seis a oito euros por hora (ao domingo ganhava-se mais) limpou o chão de uma discoteca "gay, elegante, cara", pago sem recibos. "Mesmo assim estive à experiência, pois havia outro candidato... Vivia com 500 euros por mês." Vendeu ilegalmente cerveja fria à noite nas praças da cidade, fez-se amigo de marroquinos, andou em bicicletas alheias... "Vivi de esquemas", resume.


Mas nunca desistiu dos estudos. Após o curso veio o mestrado, e depois o doutoramento. "Montei palcos de concertos, fui office boy, trabalhei na Zara. Nunca tive um carro. Aliás, nem tenho carta", diz, com um mal disfarçado orgulho. A sua formação, porém, só tem dado para bolsas de estudo. A verdadeira "carreira profissional" de Ricardo é a de operador de call center, em horário noturno, com contratos a prazo, sem subsídios de férias ou Natal.


Da PT, da Vodafone, da Fujitsu, Ricardo sabe o que custa conseguir um lugar, mesmo que precário. "Vai-se aos sites do tipo Expresso Emprego e manda-se o currículo para empresas de trabalho temporário. Depois chamam-te para entrevistas e testes de perguntas cretinas: 'Qual a sua maior qualidade e o seu maior defeito?' Respondo: 'É a mesma: sou perfeccionista.' 'Descreva-se em três palavras.' Respondo: 'Sou assertivo, proativo e dinâmico.' É uma tanga: não te avaliam nem à tua competência. Triam maluquinhos. Mas fazes de conta que levas aquilo a sério e eles fazem de conta que é a sério..."


Depois fica-se com um contrato a termo certo e sem perspetivas - ou se é operador ou supervisor. Quase nunca se passa da empresa de trabalho temporário para o empregador de facto. Ganha-se entre 600 e 700 euros. Mas parte disso são prémios de produtividade, que também estão ligados à assiduidade, revela Ricardo. "Só recebes se fores 100% assíduo. Uma única falta, mesmo justificada, e retiram-te 20 por cento. Veem-se pessoas a trabalhar cheias de febre..."


A precariedade é isto. "Já tive mais de uma dezena de empregadores e nunca tive um contrato de trabalho que não referisse um acréscimo excecional da atividade", diz. "É uma enorme mentira. Vender roupa ou livros é excecional? Atender telefonemas? Para uma função permanente, contrato permanente! A precariedade é uma gigantesca ilegalidade, mas nós vivemos num conto de fadas. Andamos todos a fazer de conta. Os patrões, as autoridades e nós mesmos."

Presley

12/03/2011

E também apoio estes.

A pouco e pouco há quem se revolte. Por agora ainda de forma tímida, mais tarde com algo mais.
O dia há-de chegar.

À Rasca

Por aqui apoiam-se os que andam à rasca.



Razões? Várias, mas acima de tudo por não ser hipócrita nem ter a memória curta.

Se me fosse possível, hoje iria à manifestação, iria e levaria as minhas filhas, ainda novas para estes caldinhos, Eu sei. Mas serviria para começarem a aprender que não se pode confiar neste estado bandido. Servido por corruptos do pior que já se viu, verdadeiros vendilhões do templo, que não hesitam em vender o próprio País se isso lhes render 10 tostões.

Apoio os jovens que se querem manifestar. Não esqueço o que os sucessivos governos deste país têm feito, a eles e a outros menos jovens. Não esqueço e não sou hipócrita, coisa que muitos que agora decidiram criticar parecem ser.

NÃO ESQUEÇO quem foi que transformou o ensino no que hoje é. Quem disse a estes jovens que não valia a pena estudar, que não valia a pena o esforço, que o que interessava era ter o canudo. O resto, o bom emprego viria depois, um qualquer amigo, uma qualquer cunha, aqui ou ali, logo resolveria o assunto.

NÃO ESQUEÇO quem foi que deixou e incentivou o criar de dezenas de universidades de vão de escada. Cursos que tinham apenas por objectivo o dar um canudo, sem qualquer plano estratégico de desenvolvimento do país, sem cuidar de atender às necessidades do mercado, nada! Apenas e só o formar por formar. O que interessava era sacar o dinheiro aos papalvos.

NÃO ESQUEÇO os muitos que agora se indignam contra os jovens, mas que por lá andaram, nas Lusíadas e nas Independentes deste Portugal a venderem aulas aos patos. Nessa altura não se indignaram com o que viam. Não, o que aí interessava era o dinheiro extra para juntar ao vencimento no final do mês.

SIM, EU NÃO ESQUEÇO a cultura do cartão do partido, a cultura da cunha e do roubo à descarada.

NÃO ESQUEÇO.

E vejo agora, uma vez mais, o que sempre vi. Os que mais têm, a exigir, aos outros, sempre aos outros, aos que no momento estão por baixo.

"Paguem pelos erros que cometeram, esqueçam quem os levou ao engano, carreguem a culpa. Esqueçam quem vos induziu no erro, quem vos levou a acreditar que tudo seria fácil, quem destruiu por completo o tecido produtivo deste País. Quem devia cuidar, governar e gerir o futuro de gerações e não o fez por incúria. Esqueçam e façam-se à vida. Mas por favor, façam-no com pouco barulho."

Fácil àqueles que andam de barriga cheia, exigir sacrifícios aos outros, dar-lhes lições e exigir que se comportem como pobrezinhos que são.

Seguem sem pudor, a vergonha já lhes caiu ao chão.

Santa hipocrisia. Povo burro, estúpido que nem aos seus filhos sabe fazer justiça.

Metade



Oswaldo Montenegro

Falta a Fotografia.

Oferta de trabalho- CM Loulé

Retirado da Bolsa de Emprego Público

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Caracterização da Oferta
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Código da Oferta: OE201103/0128
Tipo Oferta: Procedimento Concursal Comum
Estado: Activa
Nível Orgânico: Câmaras Municipais
Órgão/Serviço: Câmara Municipal - Loulé

Vínculo: CTFP por tempo indeterminado
Regime: Carreiras Gerais
Carreira: Técnico Superior
Categoria: Técnico Superior
Grau de Complexidade: 3
Remuneração: Nos termos do artº 55º da Lei nº 12-A/2008, de 27 de Fevereiro

Descrição sumária das funções a exercer no posto de trabalho a concurso:

a)Promover acções no âmbito da responsabilidade técnica pela gestão da manutenção e conservação das instalações desportivas municipais, em Quarteira, nomeadamente: complexo de Piscinas Municipais; Complexo do Estádio Municipal, englobando campo de futebol de relva natural, campo de futebol de relva sintética, pista de atletismo, ginásio; Campo de Ténis e Pavilhões.
b) Coordenação, estudo, organização e direcção de actividades inerentes à gestão e manutenção de instalações desportivas;
c)Coordenar e gerir equipas de trabalhadores que se enquadram no âmbito das competências atrás definidas;
d) Elaborar planos de manutenção e estabelecer procedimentos operativos de instalações e equipamentos de climatização, tratamento de ar, central térmica e tratamento de águas,
e) Planeamento, aplicação de métodos e processo Físico-Químicos de tratamento de águas de piscinas;
f)Desenvolver e promover acções que visem a manutenção de relvados naturais em campo de futebol;
g) Desenvolver e promover acções que visem a manutenção de relvados sintéticos em campo de futebol.

Requisitos de admissão:

Habilitação Literária: Licenciatura
Descrição da Habilitação Literária: Física e Quimica-Ramo de Formação Educacional

Admissão de candidatos não titulares da habilitação exigida: Não
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Com a intenção de auxiliar a CM de Loulé e em concreto a pessoa responsável por esta contratação anunciada. Junto lista de habilitações possível para o desempenho das funções descritas:
Bioquímica, Biofísica, Física Aplicada, Química, Química Aplicada, Biologia, Engenharia do Ambiente.
Qualquer das habilitações acima descritas parece-me adequada ao desempenho das funções descritas, escapa-me assim a razão para a fixação demonstrada pela CM de Loulé, por um licenciado(a) em Física e em particular que tenha de ser do ramo educacional.

Um dia quando forem todos varridos a pau de marmeleiro, ou pior, queixem-se.