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26/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Como Eu, um dia Trabalhei para a CCA.


Esqueçam o Kiss, o IRS ou o Capitulo IV, isto só para nomear algumas casas mais conhecidas na noite algarvia. Poderia ainda nomear a Cave em Alcantarilha, mas é melhor nem ir por aí. Pois dizia eu, esqueçam tudo isso, na minha geração, por volta dos quinze anos, nada disso contava. Nessa altura tudo rodava em torno de três poisos, isto com algumas variações e de acordo com a idade, eram eles a Sociedade Recreativa Messinense, o Café do Romeu e a plataforma de cimento em frente ao BNU, este depois passou a CGD e agora passou a abandonado.

A dita plataforma era onde nos reuníamos após o jantar e passávamos o tempo na conversa, era um local de encontro relevante.

O Café do Romeu era ainda socialmente mais importante que a plataforma de cimento. Neste só se entrava, por direito próprio, entenda-se, já com alguma idade, penso que tal como se passou com outros, foi aqui que tentei, juntamente com alguns amigos fazer o meu baptismo etílico. Era noite de baile na sociedade, sentamo-nos, eu e outros três e pedimos 4 imperiais, o Manel do Romeu veio, devíamos andar todos por volta dos catorze anos, olhou para nós e gritou para o balcão, “4 Sumois”. Ainda não foi dessa que bebi a primeira imperial.

Por falar no Manel. Nunca na vida vi alguém trabalhar tanto como este homem. Abria o café ainda bem cedo e só saía de lá pela madrugada dentro. Deve ter histórias do diabo para contar e que bom jeito dariam a este blog. Encontrei-o um dia destes quando voltava de Odemira, lembro-me de ter "apanhado" o Intercidades na Funcheira e lá vinha ele. Falámos um bom bocado, mais uma vez fiquei com a ideia que o Manel também merece ser elevado à categoria de intrépido messinense.

Acabei por consumar o meu baptismo etílico um pouco mais tarde. De uma forma engraçada até, o Francisco Vargas, convidou-me para fazer um trabalho para a CCA, sim é verdade, fui dos primeiros em Messines a trabalhar para a dita instituição, não revelo qual o trabalho que fiz, mas desde já vos digo que não foi nada de “importante”, como gestão de conta ou atendimento ao público, coisas que já poderiam dar o direito a usar o Dr. da praxe. Por alguma razão eu acabei em pastor, o Vargas, como então lhe chamávamos, poderia ter muitos defeitos, mas a falta de olho para o negócio não era um deles.

Pois dizia eu, o Vargas, fez-me chegar a mensagem que precisava falar comigo, engraçado como isto se fazia na altura. Note-se que eu deveria estar por volta dos quinze anos, combinamos então encontrarmo-nos no Café dos Caçadores, onde me disse ter um trabalho para eu fazer para a CCA e ao que eu respondi, “tudo bem”. Mostrou-me então o que pretendia que fosse feito e disse: “Então quanto levas por isso?”

E eu a pensar, “e agora o que e que eu digo”. Ele vendo-me a hesitar, e talvez achando que ia sair uma quantia elevada, interrompeu, “não leves muito caro que isto é para uma associação local”.

“Ok, 7500$00”, respondi.

“Feito”, respondeu ele e de seguida atirou: “agora bebes uma imperial comigo”.

Voltando ao Café do Romeu, para verem a importância que o 25 de Abril teve para Portugal, digo-vos que a primeira vez que bebi Coca-Cola, teria 9 ou 10 anos. Não que o beber Coca-Cola seja relevante para o que quer que seja, mas porra, era proibido beber tal coisa, sim, leram bem, há apenas 35 anos atrás a Coca-Cola era proibida em Portugal. A Coca-Cola e muito mais. Coisas que agora damos por adquiridas e já nem sabemos dar o valor.

Repararam que deixei a Sociedade de lado. Fica para outro Post que este já vai longo.