Vai um clamor pelos meandros de Messines, digamos nos centros mais preocupados com o que se vai passando na vila , em relação à decisão de encerramento da Escola Profissional, pelo que li, em assembleia geral da associação proprietária da escola foi decidido o encerramento por 13 votos a favor contra 3 (mais duas abstenções).
O clamor que refiro, parece dever-se ao facto de muitos pensarem que Messines fica a perder ao não ter a escola e, que este é mais um degrau que a Vila desce em direcção ao destino, que parece inexorável, da degradação da qualidade de vida que oferece.
Não deixando eu de partilhar de alguns dos receios apontados, deixem-me dizer que também não penso exactamente da mesma forma que aqueles que já se manifestaram desapontados pelo encerramento.
Nestas situações, lembro-me de uma outra mais ou menos parecida, aquando da ambição de elevar Messines a concelho, tento sempre em primeiro lugar colocar a questão simples: Será merecido? Para que não fiquem dúvidas, digo desde já que a abertura de uma escola profissional em Messines e ligada à agricultura me parece de facto não só justificado como também merecido, mas o que pretendo saber agora é diferente, trata-se de saber se queremos a Escola aberta, apenas por ela se situar em Messines ou se a queremos a funcionar por que pensamos ser ela merecedora desse facto? Ttrata-se no fundo de saber se a qualidade da formação que prestava representava ou não uma mais-valia para a vila.
A resposta a estas questões está quase sempre ligada à falta de uma avaliação de qualidade. Em Portugal temos ainda um pavor mais ou menos patológico sobre tudo o que seja avaliação, isto incluindo a auto-avaliação, para muitos a palavra avaliar é sinónimo de punir, penso ser daí que advém este receio. Depois como gostamos todos de ser uns tipos porreiros, uns, os que o devem fazer, decidem não avaliar e, outros, os que deviam ser avaliados, respiram de alívio ou protestam quando se sentem ameaçados.
Aqui chegados, e pensando eu que a avaliação deve ser antes de mais uma excelente oportunidade para as instituições (e quem nelas trabalha) verificarem se estão a desempenhar o seu papel em condições e, caso não o estiverem, corrigirem a rota. Deixem que pergunte:
Que formação prestava a EPAALG? Foi submetida a uma avaliação por uma entidade externa e independente?
A EPAALG divulgava as actividades que desenvolvia, promovendo-se e promovendo a vila que a acolheu?
A direcção da escola alguma vez fez e tornou público relatórios de auto-avaliação do seu desempenho? E, em caso afirmativo, alguém os leu e questionou?
Quantos alunos frequentaram a EPAALG e quantos formou nos últimos 5 anos? De que regiões eram oriundos? Como evoluiu o rácio Aluno/Professor nos últimos 5 anos?
Que inserção tiveram estes formandos no mercado de trabalho? Que tipos de estágios lhe foram oferecidos? Que avaliação foi feita ao desempenho dos alunos?
Que acompanhamento e avaliação foi feita, por quem de direito, ao desempenho da direcção e do corpo docente da escola?
Poderia colocar muitas outras questões, mas de momento e reconhecendo o meu desconhecimento sobre a actividade da escola, arrisco a dizer que a indiferença com que o seu encerramento foi recebido na vila, encontrará resposta nalgumas das questões que deixo acima. Responda quem souber e o queira fazer.
Por mim parece-me que o encerramento da EPAALG tem muito mais culpados do que aqueles que se quer fazer crer.
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