 Para além do espalhamento da luz por partículas em suspensão na atmosfera terrestre, já referido em textos anteriores, existem outras formas de interacção entre luz e matéria. Uma delas, a que vamos agora começar a abordar, dá-se a um nível bem mais profundo e envolve as moléculas que formam os materiais que nos rodeiam (incluindo nós próprios).
Para além do espalhamento da luz por partículas em suspensão na atmosfera terrestre, já referido em textos anteriores, existem outras formas de interacção entre luz e matéria. Uma delas, a que vamos agora começar a abordar, dá-se a um nível bem mais profundo e envolve as moléculas que formam os materiais que nos rodeiam (incluindo nós próprios).As moléculas orgânicas (compostas por carbono), e que são por exemplo a base da vida, apresentam absorção selectiva da luz. Quer isto dizer que se fizermos incidir luz branca num dado composto orgânico, algumas das cores que a compõem serão absorvidas, umas mais e outras menos, enquanto outras ainda passarão pelo mesmo material sem serem afectadas.
O fenómeno dá-se devido à interacção da luz com os electrões que constituem essas moléculas. 
Após a absorção de luz, a molécula passa para o que se chama um estado excitado, este palavrão significa apenas que a molécula apresenta agora um novo arranjo dos electrões que a formam. 
O chamado estado excitado, por ser de maior energia que o estado normal em que as moléculas se apresentam, não é estável e tem um tempo de vida muito limitado. Normalmente na ordem do nanosegundo (0.000 000 001 segundo).
O retorno ao estado mais estável da molécula (diz-se estado fundamental) dá-se pela emissão de luz com cor diferente daquela que foi absorvida e é frequentemente acompanhado da libertação de calor. É desta forma que a molécula liberta a energia absorvida.
A água tónica permite dar um bom exemplo do que acabo de descrever. Esta bebida quando exposta a luz ultravioleta, aquela que se usa por exemplo em discotecas e a que chamávamos luz negra, emite uma luz de cor azulada devido ao quinino que contem.
Mais interessante ainda, é o facto de as regiões onde a luz é absorvida e emitida, como também os tempos de vida dos estados excitados criados, conterem abundante informação, quer sobre as moléculas em si mesmas quer sobre as suas interacções com o meio que as rodeia. 
Para acedermos a esse conhecimento é necessário que saibamos ler e descodificar a informação ali escondida.

 
Luz e ciencia e uma coisa que fica bem quando esta juntas.
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