29/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Arte & Ofício em Messines.

Esta é mesmo só para os “connaisseures”. Para os Messinenses de forte têmpera. É com estas que se distinguem os meninos dos homens, os mais jovens dos menos jovens.
Não acredito que muitos dos que aqui vêm tenham presenciado ou até mesmo recordem este episódio. Eu lembro-me bem. Embora com muita pena minha não tenha podido assistir. Com o argumento da minha tenra idade, fui impedido pelos meus pais, à última da hora, de participar neste evento memorável. Recordo-me no entanto de passar de carro, junto ao Teófilo, na rua que hoje e já naquela altura, liga a igreja ao jardim João de Deus e ver este grupo de Portuenses à espera de actuar.
Haverá por aí alguém suficientemente corajoso para recordar o momento. Não sei quem organizou o espectáculo (por certo devem ter acontecido peripécias engraçadas). Portugal e Messines tinha acabado de sair do 25 de Abril de 1974, estávamos em pleno PREC e não deve ter sido fácil, naquele tempo e naquela conjuntura, levar a cabo tal tarefa. Ainda hoje não é todos os dias que se vê, em Messines, um concerto destes.
Para os envolvidos na organização do evento o meu aplauso. Vocês são também intrépidos messinenses.

As Ovelhas do Eliseu

O Bolinhas pediu e eu acedi.

Acho que é justo. Pois se o Eliseu nos paga a net em troca de cuidarmos das bichas. Se ele até nos deu o laptop. Por que não, em troca, mostrar no blog, aquelas a quem, em última análise, tudo isto se deve.
Faça-se então justiça.


(As ovelhas do Eliseu)

Como podem ver também elas, como não podia deixar de ser, apoiam o Benfica.
A Bem da Nação.

PS-O Bolinhas manda dizer: Jogo fraquinho o de ontem. Melhor o resultado para nós do que para o Sporting. É sempre difícil jogar contra estas equipas pequenas, que agora aprenderam que a melhor maneira para tentar sacar um empate ao Benfica é estragar o relvado e atafulhar o meio campo com jogadores.

Dos livros que eu Gosto: O Banqueiro Anarquista


“...O que eu quero dizer é que entre as minhas teorias e a prática da minha vida não há divergência nenhuma, mas uma conformidade absoluta. Lá que não tenho uma vida como a dos tipo dos sindicatos e das bombas isso é verdade. Mas é a vida deles que está fora do anarquismo, fora dos ideais deles. A minha não. Em mim sim, em mim, banqueiro, grande comerciante, açambarcador se V. quiser , em mim a teoria e a prática do anarquismo estão conjuntas e ambas certas. V. comparou-me a esses parvos dos sindicatos e das bombas para indicar que sou diferente deles. Sou, mas a diferença é esta: eles (sim, eles e não eu) são anarquistas só na teoria; eu sou-o na teoria e na prática. Eles são anarquistas e estúpidos, eu anarquista e inteligente.
Isto é, meu velho, eu é que sou o verdadeiro anarquista. Eles os dos sindicatos e das bombas (eu também lá estive e saí de lá exatamente pelo meu verdadeiro anarquismo) eles são o lixo do anarquismo, os fêmeas da grande doutrina libertária..”.
(Fernando Pessoa in O Banqueiro Anarquista)

A Ciência por quem a faz: A Luz e as Moléculas

Para além do espalhamento da luz por partículas em suspensão na atmosfera terrestre, já referido em textos anteriores, existem outras formas de interacção entre luz e matéria. Uma delas, a que vamos agora começar a abordar, dá-se a um nível bem mais profundo e envolve as moléculas que formam os materiais que nos rodeiam (incluindo nós próprios).
As moléculas orgânicas (compostas por carbono), e que são por exemplo a base da vida, apresentam absorção selectiva da luz. Quer isto dizer que se fizermos incidir luz branca num dado composto orgânico, algumas das cores que a compõem serão absorvidas, umas mais e outras menos, enquanto outras ainda passarão pelo mesmo material sem serem afectadas.
O fenómeno dá-se devido à interacção da luz com os electrões que constituem essas moléculas.
Após a absorção de luz, a molécula passa para o que se chama um estado excitado, este palavrão significa apenas que a molécula apresenta agora um novo arranjo dos electrões que a formam.
O chamado estado excitado, por ser de maior energia que o estado normal em que as moléculas se apresentam, não é estável e tem um tempo de vida muito limitado. Normalmente na ordem do nanosegundo (0.000 000 001 segundo).
O retorno ao estado mais estável da molécula (diz-se estado fundamental) dá-se pela emissão de luz com cor diferente daquela que foi absorvida e é frequentemente acompanhado da libertação de calor. É desta forma que a molécula liberta a energia absorvida.
A água tónica permite dar um bom exemplo do que acabo de descrever. Esta bebida quando exposta a luz ultravioleta, aquela que se usa por exemplo em discotecas e a que chamávamos luz negra, emite uma luz de cor azulada devido ao quinino que contem.
Mais interessante ainda, é o facto de as regiões onde a luz é absorvida e emitida, como também os tempos de vida dos estados excitados criados, conterem abundante informação, quer sobre as moléculas em si mesmas quer sobre as suas interacções com o meio que as rodeia.
Para acedermos a esse conhecimento é necessário que saibamos ler e descodificar a informação ali escondida.



(Emissão de luz pelo Quinino contido na água tónica)

28/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Jorge Palma em Messines

Estávamos em meados da década de 90. Abria o Barlavento em Messines, excelente nome para um bar, diga-se de passagem. Idealizado e criado por mais uma messinense que ousou fazer algo, este Barlavento era bem mais do que um simples bar. Foi pensado mais como um projecto cultural e, englobava galeria de pintura, pretendia atrair a Messines espectáculos de música ao vivo com alguns grupos de qualidade comprovada.
Hoje todos sabemos, não vingou e é pena.
Tive no entanto a oportunidade de ter assistido a um espectáculo de Jorge Palma ali realizado. Só por esse momento já valeu a pena o esforço da Anabela Lourenço, também ela a merecer o epíteto de intrépida messinense.

O que ando a ouvir: Jorge Palma-A Gente Vai Continuar

Como não podia deixar de ser, Jorge Palma, tinha que aqui ter lugar.

Da Representação Humana da Natureza:Porque surgem brancas, as nuvens escuras, quando observadas de um avião que as sobrevoa?

Já todos observaram nuvens escuras em dias em que a chuva se avizinha. Pois bem as nuvens, aglomerados de gotículas de água em suspensão, aparecem escuras quando vistas da terra, mas se observadas pela parte de cima, quando se viaja de avião por exemplo, já surgem de cor branca.

Tudo se deve ao modo como a luz do sol é desviada. As nuvens são formadas por pequenas gotículas com vários tamanhos e que espalharão a luz de forma diferente. Para quem observa a nuvem de baixo para cima, quanto mais densa esta for, menor será a intensidade da luz que a atravessa e, como tal, a nuvem torna-se escura quando vista da terra, simplesmente há menos luz do sol a chegar até nós.
Já para quem a observa de cima para baixo, quando a estamos a sobrevoar, o relevante é a intensidade da luz que é desviada na nossa direcção.
Como consequência das diferentes dimensões das gotículas em suspensão, todas as cores que compõem a luz acabam por ser igualmente afectadas, o resultado que nos chega é uma mistura de cores, a cor branca.


(O céu sobre Messines)

27/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Como o Benfica, um dia recusou ser devorado no covil do leão.

Corria a época de 1993/94, os sportinguistas andavam entusiasmados, cheios de Fé, pensavam, legitimamente, ser aquele o seu ano.
Lembro-me bem de estar na esplanada do trópico, isto na sexta-feira antes do jogo e, ver passar alguém a buzinar ferozmente o carro e acenando com o cachecol leonino. Os leões festejavam antecipadamente. Nós os benfiquistas preparavamo-nos, quais cordeiros, para sermos devorados.
No dia do jogo aos 10 minutos, a equipa do Benfica perdendo por um era já brindada com Olés!!! O festim estava preparado e tudo corria como previsto.
Só que depois...., bem depois entrou em cena o verdadeiro benfica, o mesmo que eu espero volte a aparecer em alvalade este fim-de-semana.

O que ando a ouvir: Manu Chao-Me Gustas Tu

Fim do ciclo Manu Chao

26/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Como Eu, um dia Trabalhei para a CCA.


Esqueçam o Kiss, o IRS ou o Capitulo IV, isto só para nomear algumas casas mais conhecidas na noite algarvia. Poderia ainda nomear a Cave em Alcantarilha, mas é melhor nem ir por aí. Pois dizia eu, esqueçam tudo isso, na minha geração, por volta dos quinze anos, nada disso contava. Nessa altura tudo rodava em torno de três poisos, isto com algumas variações e de acordo com a idade, eram eles a Sociedade Recreativa Messinense, o Café do Romeu e a plataforma de cimento em frente ao BNU, este depois passou a CGD e agora passou a abandonado.

A dita plataforma era onde nos reuníamos após o jantar e passávamos o tempo na conversa, era um local de encontro relevante.

O Café do Romeu era ainda socialmente mais importante que a plataforma de cimento. Neste só se entrava, por direito próprio, entenda-se, já com alguma idade, penso que tal como se passou com outros, foi aqui que tentei, juntamente com alguns amigos fazer o meu baptismo etílico. Era noite de baile na sociedade, sentamo-nos, eu e outros três e pedimos 4 imperiais, o Manel do Romeu veio, devíamos andar todos por volta dos catorze anos, olhou para nós e gritou para o balcão, “4 Sumois”. Ainda não foi dessa que bebi a primeira imperial.

Por falar no Manel. Nunca na vida vi alguém trabalhar tanto como este homem. Abria o café ainda bem cedo e só saía de lá pela madrugada dentro. Deve ter histórias do diabo para contar e que bom jeito dariam a este blog. Encontrei-o um dia destes quando voltava de Odemira, lembro-me de ter "apanhado" o Intercidades na Funcheira e lá vinha ele. Falámos um bom bocado, mais uma vez fiquei com a ideia que o Manel também merece ser elevado à categoria de intrépido messinense.

Acabei por consumar o meu baptismo etílico um pouco mais tarde. De uma forma engraçada até, o Francisco Vargas, convidou-me para fazer um trabalho para a CCA, sim é verdade, fui dos primeiros em Messines a trabalhar para a dita instituição, não revelo qual o trabalho que fiz, mas desde já vos digo que não foi nada de “importante”, como gestão de conta ou atendimento ao público, coisas que já poderiam dar o direito a usar o Dr. da praxe. Por alguma razão eu acabei em pastor, o Vargas, como então lhe chamávamos, poderia ter muitos defeitos, mas a falta de olho para o negócio não era um deles.

Pois dizia eu, o Vargas, fez-me chegar a mensagem que precisava falar comigo, engraçado como isto se fazia na altura. Note-se que eu deveria estar por volta dos quinze anos, combinamos então encontrarmo-nos no Café dos Caçadores, onde me disse ter um trabalho para eu fazer para a CCA e ao que eu respondi, “tudo bem”. Mostrou-me então o que pretendia que fosse feito e disse: “Então quanto levas por isso?”

E eu a pensar, “e agora o que e que eu digo”. Ele vendo-me a hesitar, e talvez achando que ia sair uma quantia elevada, interrompeu, “não leves muito caro que isto é para uma associação local”.

“Ok, 7500$00”, respondi.

“Feito”, respondeu ele e de seguida atirou: “agora bebes uma imperial comigo”.

Voltando ao Café do Romeu, para verem a importância que o 25 de Abril teve para Portugal, digo-vos que a primeira vez que bebi Coca-Cola, teria 9 ou 10 anos. Não que o beber Coca-Cola seja relevante para o que quer que seja, mas porra, era proibido beber tal coisa, sim, leram bem, há apenas 35 anos atrás a Coca-Cola era proibida em Portugal. A Coca-Cola e muito mais. Coisas que agora damos por adquiridas e já nem sabemos dar o valor.

Repararam que deixei a Sociedade de lado. Fica para outro Post que este já vai longo.

O que ando a ouvir: Manu Chao-La Vida es una Tombola

Com esta dedicatória a Maradona, inicia-se o ciclo Manu Chao. Espero que gostem.

Da Representação Humana da Natureza: Por que razão é o céu azul?

Para responder a esta simples questão que o Bolinhas me fez no outro dia, tive primeiro de aprender duas propriedades cruciais sobre o modo como a luz se desloca, a saber:

1- A luz ao deslocar-se dentro de um dado meio, seja ele qual for, ar, vidro, água etc..fá-lo sempre em linha recta.

2-A luz visível é composta por várias cores diferentes. Este facto pode ser facilmente comprovado pela observação de um arco-íris.

Guardando as propriedades acima descritas em CPU, vamos lá então ao que interessa, responder ao Bolinhas:

Existe um fenómeno na natureza conhecido pela dispersão de Rayleigh, este efeito de dispersão da luz pelas moléculas que compõem o meio, seja ela a água ou o ar, depende fortemente da cor da luz. Nem todas as cores que a compõem são igualmente dispersas, por exemplo, ao entrar na atmosfera terrestre a luz solar passa de um meio menos denso, o vazio, para um outro meio, progressivamente mais denso, a nossa atmosfera. Ao longo deste processo a cor Azul é a que sofre maior dispersão. Assim e dependendo da orientação relativa entre o Sol e o local em que nos encontramos na Terra, observaremos maior ou menor percentagem de Azul, ou de Vermelho por exemplo.

A consequência já todos sabemos qual é, o céu surge normalmente Azul e ao pôr ou ao nascer do Sol apresenta tons mais avermelhados.


Entardecer na praia do Lourenço (aka Galé pequena).

25/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: Como o Messinense, um dia salvou o Farense.

O Sporting Farense veio a Messines jogar futebol. Parece que estava com dificuldades financeiras e só juniores se arranjavam para defender as suas cores. Os Messinenses ficaram preocupados com a situação e não calaram a sua dor:
" -Acho que é uma violência para os moços."

"-O que se está a fazer a esta equipa..pois...fazerem dois jogos por semana é impossível, aguentam...isto é como um motor."

Foram alguns dos comentários que se fizeram ouvir.



No final, quando questionados se aceitariam uma fusão de clubes, os messinenses, generosos como sempre, disseram que sim, que uma fusão até seria bom, que permitiria o surgir de um clube mais forte a nível do Algarve. Já os de Faro, parece que não gostaram da ideia, quer dizer lá concordar, concordaram mas foram mais para uma absorção. Assim uma fusão em que o maior engole o mais pequeno. Guloso o rapazinho.

Um Bocadinho da Nossa História: O 25 de Novembro de 1975

Faz hoje 34 anos sobre a data em que terminou o PREC (Projecto Revolucionário Em Curso). Com o 25 de Novembro de 1975, o contra golpe que pôs fim à influência da esquerda radical em Portugal, o país entrava na normalidade democrática. Certamente que ganhámos em alguns aspectos, mas também é certo que ficámos a perder e muito, em generosidade e solidariedade entre todos os que com o 25 de Abril tinham abraçado a construção de um novo Portugal.

Com o 25 de Novembro e o restabelecer da normalidade democrática, Portugal ficou mais sensaborão, perdeu sal e muita paixão. Para o confirmar basta dar uma vista de olhos ao vídeo que passo em baixo. Mostra um político da nossa praça, só que antes do 25 de Novembro. Vejam e digam-me, não vos  parece muito mais genuíno que habitualmente, muito mais verdadeiro?



Já agora vejam lá se conseguem perceber a mensagem que o nosso político tenta passar?
Resta-me acrescentar que, por aqui, o 25 de Novembro não terminará com a temática dedicada ao PREC, continuarei a abordar este período maravilhoso da nossa história.

O que ando a ouvir: Tim Minchin-If I din’t Have You.

Este Post termina a série “O que ando a ouvir”, na parte que diz respeito a Tim Minchin, mas o gajo ainda tem de me pagar por tê-lo feito famoso em Messines. Já sabes Tim, primeiro Messines, depois o Mundo.



PS-O Bolinhas continua a uivar sempre que ouve o Tim Minchin a cantar "Fuck The Poor". Não sei o que se passa com o bicho, mas imagino que seja por também eu ser pobre.

Um Bocadinho da Nossa História: Álvaro Cunhal em Messines (Cont.)

Nota do Chefe da Estação:

Aqui neste sítio a participação dos passageiros e/ou seus acompanhantes é altamente encorajada. Esta é uma estação verdadeiramente democrática, com direito ao contraditório e tudo. Assim e cumprindo o que prometi, sempre que se justifique os comentários dos leitores serão promovidos à categoria de Posts, assinados e tudo.

Vem esta nota a propósito de um comentário feito por um leitor atento ao post do Álvaro Cunhal em Messines. A quem desde já agradeço a participação e transcrevo o comentário. Também encorajo, querendo, que se identifiquem.

“Um comentário correcto no global, mas incorrecto nos pormenores.
A forma como está escrito dá a ideia que era um "challenge" Álvaro Cunhal x Messinenses.
Não foi nada disso que aconteceu porque quem chegou a vias de facto com o grupo do MRPP foram, também eles na sua maioria, Messinenses (lembro-me bastante bem).
Quanto aos barrotes de madeira, surgiram depois de se iniciarem as escaramuças. Provavelmente já estavam "preparados", mas se nos reportarmos à época dos factos, até uma simples colagem de cartazes era feita com a companhia dos tais "barrotes".
Conto-vos uma passagem do tal grupo do MRPP: após o 25 de Abril foram escritas na parede da residência do Francisco Vargas Mogo várias "palavras de ordem" que conotavam o Francisco Vargas com o antigo regime.
Este fez, então, uma jura que não entraria mais no "café dos caracóis", mesmo em frente à sua residência, na altura frequentado por militantes e simpatizantes do PCP, julgando que os autores das "pinturas" seriam do PC.
Mais tarde veio-se a descobrir que os autores da proeza eram do MRPP (o António José "Manaca" deve-se lembrar bem do episódio).
Aqui surge a coerência do Francisco Vargas que, sabendo que tinha errado no “julgamento” que fez, nunca mais entrou no referido café, mesmo sendo cliente diário do mesmo. Como é que ele fazia? Simples, sentava-se na esplanada, fazia o seu pedido, bebia a sua imperial e comia o seu pires de caracóis e pagava, mas sempre na esplanada. Nunca mais entrou no café.”


leitor não identificado.

24/11/2009

Da Representação Humana da Natureza: Números de Fibonacci

A sucessão de números de Fibonacci, descrita primeiramente por Leonardo de Pisa, também conhecido como Fibonacci (Dc. 1200), para descrever o crescimento de uma população de coelhos, começa pelo número zero (0) seguido do um. Os termos seguintes da série são obtidos pela soma dos dois termos anteriores, ficando então:
0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55.....
O aspecto mais surpreendente desta série de números é a frequência com que o mesmo padrão é encontrado na Natureza. Por exemplo o crescimento de uma concha de nautilus segue um padrão de Fibonacci, o mesmo sucede em muitos outros casos.
Ainda mais interessante é o facto de a divisão de um qualquer termo pelo seu antecessor dar como resultado um número próximo de 1.618. O resultado é tanto mais exacto quanto maiores forem os termos utilizados.
O número, 1.618 é conhecido como a divina-proporção. O nome deve-se ao facto de vários fenómenos naturais mostrarem de algum modo “obediência” a esta proporção. Por exemplo, numa flor de girassol as sementes crescem em espirais, a razão do diâmetro de cada rotação para a seguinte é 1,618. O mesmo sucede nas pétalas de uma pinha disposta em espiral. Mas o que é mais espantoso, é que mesmo nós, humanos, crescemos com essa proporção. Se medirmos a distância que vai da cabeça aos pés e dividirmos o resultado pela distância do umbigo ao chão, o resultado será muito próximo de 1,618.

Um Bocadinho da Nossa História: S.B. Messines também faz Rock.

Desde já confesso, a minha aptidão para tocar viola, bateria, ou qualquer outro instrumento musical, à excepção de batuques, só é comparável à habilidade demonstrada por Quique Flores na direcção da equipa de futebol sénior do meu Benfica. Um verdadeiro desastre. Com isto desde já aviso, eu não me encontro no vídeo que podem ver mais abaixo. Não estou lá, mas gostava de estar.

A vida é assim. Sempre tive a ambição, não concretizada, de um dia vir a ser capaz de dar um ou dois acordes numa viola. Não procuro sucesso nessa área, mas que gostava de poder tocar para me entreter, gostava.

Mas o que aqui nos trás não sou eu, mas sim a capacidade demonstrada por quatro jovens de Messines para romper as barreiras da interioridade e sair da mediania, levando longe um projecto musical que, quem sabe, poderia até ter ido mais além. Não foi, tenho pena.

Um deles é alguém com quem não falo vai para mais de vinte anos. Tudo por uma idiotice de infância que não vem aqui ao caso. Apesar disso continuo e sempre continuei a considerá-lo meu amigo. Como já uma vez disse, os meus amigos-de-infância são isso mesmo, amigos, sempre!

Haverá por aí alguém capaz de identificar, fazendo-lhes justiça, mais este grupo de intrépidos Messinenses?

O que ando a ouvir: Tim Michin-The Guilt Song (Fuck the Poor)




I would be a liar if I pretended to admire,
The redlight windscreen cleaning empire that you've built,
But my heart is good, it's not a thing of stone or wood,
I'll give you $0.50 to take away my guilt.

I give money to folk that just don't have enough,
To try to justify the future purchases of stuff,
That I don't need, I know that one less vodka cranberry tonight,
And I could feed some foreign family for a fortnight,
But I might just have one more,
After all, what is vodka for?
Apart from making you want to shag your best mate's wife,
And dampening the guilt you feel about your perfect life;

Fuck the poor, What is all this hoo-hah for?

There's only one reason that I'll phone 1800-0340-34,
It's the force that drove Teresea, and that school that Opera built,
I'll give you $50 to take away my guilt.

Fuck the poor, I'm not pretending anymore,

That I really give two shits about some kids in Bagalor,
I'm more interested in footie, than seeing the Solomons rebuilt,
But I'll give you $50 to take away my guilt,
I'll give you $50 to take away my guii-lll-tt.

23/11/2009

Um Bocadinho da Nossa História: PREC-Álvaro Cunhal em Messines

Desde já aviso que o que a seguir vou narrar é baseado apenas e só nas memórias do que presenciei (tinha na altura 9 ou 10 anos). Como tal, qualquer facto menos correcto ou impreciso fica desde já justificado e, se for esse o caso, agradeço as possíveis correcções.

Penso ter sido um domingo o dia escolhido para o comício. A festa foi organizada e teve o seu início no largo em frente do então chamado “Café do Romeu”, o mesmo que já foi o café do Piaska, próximo do então BNU. Era este à altura o local de eleição na vila.

Álvaro Cunhal subiu ao 1º andar do café, de onde pretendia discursar, tal como veio a acontecer, às hostes vermelhas. Junto com a população local, a ouvir o dirigente máximo do PCP, encontrava-se também, devidamente dissimulada, a guarda pretoriana do partido, este “corpo de intervenção rápida”, composto por uns rapazes altos e espadaúdos, vinha armado por uns nada meigos barrotes de madeira e preparados para o que desse e viesse.

O comício até começou bem, só a partir de determinada altura, quando deram entrada na festa alguns elementos não convidados a coisa deu para o torto.

A chefiar este pequeno grupo de intrépidos messinenses, vinha, penso eu, o Manaca, tão só o maior activista messinense do MRPP (sobre ele existem bastantes mais histórias que dariam bons posts) e a segui-lo viriam ainda o Idalécio, irmão do Ilídio e outros que, confesso, não recordo.

A acção vinha bem planeada, perturbar e acabar com o comício era o objectivo máximo. E se bem o planearam, melhor ainda o executaram, assim que Álvaro Cunhal começou a discursar toca de largar "palavras de ordem" acompanhados de insultos aos comunas vermelhos a soldo do patrão soviético.

A refrega foi rápida. Iniciou-se com uns murros a preceito, acompanhados de umas boas pazadas aplicadas pela força forasteira. O grémio messinense foi também lesto a responder, rápido e seguro, aplicou um sprint de fazer inveja a qualquer corredor dos 100 metros barreiras e, correndo à frente do corpo expedicionário vermelho, procurou refúgio na sede da sociedade de instrução e recreio messinense. Aqui chegados, alguém corajosamente colocou-se à porta dizendo “Aqui ninguém entra”. A estratégia no entanto não teve o resultado esperado e, dizia-se na altura, a resposta a esta “pega de caras” foi tão só uma patada aplicada na peitaça do forcado.

O refúgio final da força messinense teve que ser deslocado mais para baixo na vila. Penso que foram acabar próximo da escola primária, onde puderam então lamber as feridas e recuperar a moral.

Este é um dos episódios que recordo com mais carinho da minha vivência no PREC, ainda hoje me lembro de, com a rua da Dª Adelaide, como então se chamava, cheia de malta, uns a fugir e outros a distribuir ameixas, eu ter passeado incólume, apreciando completamente embevecido, a História a acontecer.

Escusado será dizer que o meu respeito pelo Manaca, principalmente por este, nasceu ao longo desses dias com este e outros episódios, (a célebre distribuição do jornal do partido, por ele realizada em frente ao mesmo café, é um deles) e ainda hoje dura. Embora tenha a certeza que nem ele o sabe. Não é fácil demonstrar tamanha generosidade e coragem sem ser completamente doido. Louco como só os verdadeiros e genuínos o podem ser.

Um Bocadinho da Nossa História: PREC-Quando um Governo faz Greve

Já alguma vez imaginaram um governo fazer greve? Sim suspender as suas funções, já aconteceu e foi em Portugal. Era primeiro ministro o Almirante Pinheiro Azevedo.


22/11/2009

A Ciência por quem a faz: Electrónica de Plástico

Um Bocadinho da Nossa História: "Comprativa"

"Comprativa"

Um Bocadinho da Nossa História: Almirante sem Medo

"...Vendo a situação entrar num impasse, com os trabalhadores a estenderem mantas e acenderem fogueiras para dormir e ficar ali por tempo indeterminado, Pinheiro de Azevedo veio à varanda apelar à dispersão, sob a promessa de estudar o caderno reivindicativo. Mas os manifestantes não o queriam ouvir, e gritavam e insultavam mal o primeiro-ministro abria a boca. "Fascista!", chamavam eles, e o "Almirante sem Medo" perdeu a paciência: "Fascista uma merda!" Ou na versão de outras testemunhas: "Vão todos bardamerda!"..."*

Contagem decrescente para uma guerra civil, Paulo Moura in Público

Ainda se lembram de como foi vivido o PREC (Projecto Revolucionário Em Curso) em Messines? Tentarei trazer aqui algumas histórias desses tempos. Para isso conto com a vossa ajuda: Fotografias, histórias, personagens, enfim, tudo o que tiverem por aí guardado no baú das memórias e queiram partilhar é bem-vindo.

21/11/2009

O que ando a ouvir: Tim Minchin

If You Open Your Mind Too Much, Your Brains Will Fall Out (Take My Wife)

If anyone can show me one example in the history of the world of a singlePsychic who has been able to prove under reasonable experimental conditions that they are able to read minds

And if anyone can show me one example in the history of the world of a singleAstrologer who has been able to prove under reasonable experimental conditions that they can predict events by interpreting celestial signs

And if anyone can show me one example in the history of the world of a singleHomeopathic Practitioner who has been able to prove under reasonable experimental conditions that solutions made of infinitely tiny particles of good stuff dissolved repeatedly into relatively huge quantities of water has a consistently higher medicinal value than a similarly administered placebo

And if anyone can show me just one example in the history of the world of a singleSpiritual or religious person who has been able to prove either logically or empirically the existence of a higher power that has any consciousness or interest in the human race or ability to punish or reward humans for there moral choices or that there is any reason - other than fear - to believe in any version of an afterlife

I’ll give you my piano, one of my legs, and my wife

Da Representação Humana da Natureza: Números

Na nossa escrita numérica usamos apenas 10 algarismos. Vão do 0 ao 9 e servem para representar a quantidade ou intensidade, de uma qualquer qualidade passível de ser representada numericamente.

Enquanto os símbolos que usamos para representar os algarismos são totalmente irrelevantes, já o seu número faz toda a diferença. O mais relevante é o número de algarismos diferentes que usamos na nossa escrita numérica.

Por convenção escrevemos na base dez. O serem dez algarismos diferentes estará por certo ligado aos dez dedos que temos nas mãos. Suponhamos então que em vez dos dez dedos, a raça humana tinha evoluído apenas com dois. Mantendo a mesma simbologia, agora numa numeração de base 2, os números 0 e 1 seriam exactamente idênticos aos que hoje usamos. Mas a partir daqui tudo seria diferente, reparem então na seguinte lista que mostra números escritos na base dez e, entre parêntesis, na base dois.

0 (0); 1 (1); 2 (10); 3 (11); 4 (100); 5 (101); 6 (110); 7 (111); 8 (1000); 9 (1001)....