18/12/2009

Um Bocadinho da Nossa História: O CineTeatro João de Deus

Já aqui referi o Cine Teatro João de Deus, fi-lo a propósito de um comício do PPD que ocorreu no pós 25 de Abril, mas esse acontecimento, embora engraçado, não faz justiça ao nosso velho cinema. Basta lembrar que por volta de 1946 já havia cinema em Messines (tinham então apenas uma sessão semanal, aos domingos), para perceber que no contexto Messinense não estamos a falar de uma casa qualquer.
Claro que as minhas recordações do cinema não vão assim tão longe, mas é inegável que o cinema de Messines teve um papel importante na minha formação. Passei naquela casa excelentes momentos e tive nele a oportunidade de assistir a inúmeros filmes marcantes. Por esse motivo bastante contente fiquei, ao ver que o Meirim tinha “pegado” no cinema e assim impedido que encerrasse, tal como aconteceu por exemplo em Silves.
Na altura (e ainda hoje), o facto de muitos Messinenses não respeitarem o silêncio que é devido durante a projecção do filme, era coisa que me irritava solenemente. No entanto, hoje, quando me lembro da frase que tantas vezes ouvi ao João Figueiredo, farto-me é de rir. Acontecia quase sempre da mesma forma, sempre que ia ao cinema, se o João por lá andava, já sabia, a meio do filme alguém gritava “João, João!”, ou outra coisa qualquer e ele invariavelmente respondia:

“Espera aí que já cagas, o penico agora está cheio”.

Mais recentemente, foi também no cinema de Messines que vislumbrei um dos melhores momentos de publicidade que já alguma vez me foi dado a ler, vejam lá se não está lá tudo:

“Se quer chegar depressa ao destino, Táxi do Zé Faustino”

Quando há tempos vi o filme Cinema Paradiso, ver em baixo, foi do CineTeatro que me lembrei.

2 comments:

  1. Infelizmente o Meirim está a ter cada vez mais dificuldades em manter o cinema aberto. As pessoas da vila preferem o shopping e não frequentam o cinema. Na minha adolescencia o fim de semana não era completo sem a ida ao cinema e as gargalhadas do toino Zé Rasteiro que ecoavam desde a plateia.

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  2. Ouvi pela primeira vez o "love me do" do Beatles, "Paris en colere" de Mireille Mathieu, entre outras canções dos anos 60 e 70 do século passado, através dos altifalantes do cinema de Messines. Gostava de saber se alguém ainda tem a fita gravada dessas canções - como eu gostaria de fazer uma reprodução dela. Quanto aos filmes nem se fala. Muitas vezes passava pela janela do bar, a partir do pátio do armazém do meu avô, para o cinema. Toda a gente sabia, mas ninguém chateava. Abraço de Leonel Borrela

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