Claro que as minhas recordações do cinema não vão assim tão longe, mas é inegável que o cinema de Messines teve um papel importante na minha formação. Passei naquela casa excelentes momentos e tive nele a oportunidade de assistir a inúmeros filmes marcantes. Por esse motivo bastante contente fiquei, ao ver que o Meirim tinha “pegado” no cinema e assim impedido que encerrasse, tal como aconteceu por exemplo em Silves.
Na altura (e ainda hoje), o facto de muitos Messinenses não respeitarem o silêncio que é devido durante a projecção do filme, era coisa que me irritava solenemente. No entanto, hoje, quando me lembro da frase que tantas vezes ouvi ao João Figueiredo, farto-me é de rir. Acontecia quase sempre da mesma forma, sempre que ia ao cinema, se o João por lá andava, já sabia, a meio do filme alguém gritava “João, João!”, ou outra coisa qualquer e ele invariavelmente respondia:
“Espera aí que já cagas, o penico agora está cheio”.
Mais recentemente, foi também no cinema de Messines que vislumbrei um dos melhores momentos de publicidade que já alguma vez me foi dado a ler, vejam lá se não está lá tudo:
“Se quer chegar depressa ao destino, Táxi do Zé Faustino”
Quando há tempos vi o filme Cinema Paradiso, ver em baixo, foi do CineTeatro que me lembrei.
Infelizmente o Meirim está a ter cada vez mais dificuldades em manter o cinema aberto. As pessoas da vila preferem o shopping e não frequentam o cinema. Na minha adolescencia o fim de semana não era completo sem a ida ao cinema e as gargalhadas do toino Zé Rasteiro que ecoavam desde a plateia.
ReplyDeleteOuvi pela primeira vez o "love me do" do Beatles, "Paris en colere" de Mireille Mathieu, entre outras canções dos anos 60 e 70 do século passado, através dos altifalantes do cinema de Messines. Gostava de saber se alguém ainda tem a fita gravada dessas canções - como eu gostaria de fazer uma reprodução dela. Quanto aos filmes nem se fala. Muitas vezes passava pela janela do bar, a partir do pátio do armazém do meu avô, para o cinema. Toda a gente sabia, mas ninguém chateava. Abraço de Leonel Borrela
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